O presidente de México, Andrés Manuel López Obrador, afirmou, nesta quinta-feira (28), que as autoridades americanas concordaram em manter abertas as fronteiras e as ferrovias entre os dois países, em uma reunião que tiveram na quarta-feira para abordar sobre a crise migratória.

“Cada vez há mais movimento na fronteira, nas pontes, e por isso temos que estar atentos para que as passagens não sejam fechadas. Chegamos a esse acordo. Já estão abrindo a passagem para as ferrovias e as pontes na fronteira, normalizando a situação”, disse o presidente em sua habitual entrevista coletiva matinal, ressaltando a forte relação comercial entre ambos os países.

Na quarta-feira (27), López Obrador se reuniu com o secretário de Estado americano, Antony Blinken, e outros funcionários de alto escalão dos Estados Unidos, incluindo o secretário de Segurança Nacional, Alejandro Mayorkas, para abordar o forte aumento na migração.

Os EUA suspenderam várias passagens legais na fronteira de mais de 3.000 km com o México, argumentando que procuravam se concentrar em processar migrantes sem documentação.

O presidente mexicano acrescentou, ainda, que os dois países concordaram em ter reuniões periódicas para tratar da questão migratória.

A chancelaria mexicana informou, por meio de nota, que haverá uma reunião em janeiro do próximo ano em Washington, embora não tenha especificado o dia.

A visita de Blinken ocorreu em um momento em que o Partido Republicano pressiona o presidente americano, Joe Biden, para que adote medidas rígidas contra a migração em troca de apoiar um novo pacote de ajuda financeira à Ucrânia no Congresso.

A viagem de quarta-feira foi anunciada de forma repentina na semana passada após Biden conversar pelo telefone com López Obrador.

Segundo autoridades americanas, cerca de 10.000 migrantes tentam entrar ilegalmente nos Estados Unidos todos os dias, quase o dobro do número registrado antes da pandemia.

Poucos migrantes são mexicanos. Há vários anos, a maioria é originária de países da América Central, devastada pela pobreza extrema, a violência desenfreada e colheitas ruins, pioradas pelas mudanças climáticas.

Também tem havido um aumento de migrantes vindos do Haiti, abalado pela violência das gangues e a falta de um governo que funcione, e da Venezuela, onde os produtos da cesta básica escassearam depois de anos de caos econômico.

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