Um menino de 12 anos matou a tiros, nesta terça-feira (2), um colega de classe em uma escola da cidade de Vantaa, ao norte de Helsinque, e feriu gravemente outras duas crianças antes de ser preso.

A polícia chegou às 9h locais (3h em Brasília) à escola que tem quase 800 alunos, divididos em dois estabelecimentos, com estudantes dos 7 aos 15 anos. O suspeito foi detido por volta das 10h em Helsinque (4h em Brasília).

“Hoje, pouco depois das 9h, ocorreu um ataque a tiros em uma escola de ensino fundamental em Vantaa (…) no qual morreu um aluno da sexta série”, disse Ilkka Koskimaki, um policial, em coletiva de imprensa, indicando que a criança faleceu no mesmo instante.

“Dois menores também ficaram gravemente feridos”, acrescentou.

As bandeiras de todas as repartições públicas e instituições do país ficarão a meio mastro até quarta-feira em sinal de luto, indicou o Ministério do Interior.

A prisão do suspeito, que portava uma arma de fogo e frequentava o mesmo colégio, “aconteceu de forma pacífica”, indicou a polícia.

A arma pertence a um parente do autor dos disparos e uma investigação por homicídio e tentativa de homicídio foi aberta.

O jovem não será preso, porque é menor de 15 anos e não pode ser considerado imputável, disse Markku Särkkä, outro policial. Ele já foi interrogado e será entregue aos serviços sociais.

“A polícia está investigando o motivo do atentado e as razões por trás desse incidente”, disse Särkkä em uma declaração publicada no site da polícia.

– Crianças confinadas –

Um vídeo publicado pelo jornal Iltalehti mostra dois policiais segurando uma pessoa, que provavelmente era o suspeito, de bruços no chão. Uma testemunha disse ao jornal que os disparos foram ouvidos do pátio. “No início, não entendi que era uma arma. Depois houve um grito terrível e as crianças correram para o pátio”, disse.

Janne Savolainen entrou em contato com a sua filha enquanto as crianças estavam confinadas em suas salas de aula. “Ela conseguiu me enviar mensagens no WhatsApp dizendo que estavam sentados no chão e aguardando as instruções dos professores”, declarou.

Outro aluno indicou que ele e seus colegas tinham acabado de sair da aula para a educação física quando os professores gritaram para que entrassem e sentassem no chão.

Os alunos ficaram presos nas salas durante toda a manhã e só conseguiram se reunir com seus pais ao meio-dia, informou um correspondente da AFP no local.

Os pais disseram aos jornalistas que o ataque a tiros ocorreu em uma sala de aula, mas a polícia não deu detalhes sobre as circunstâncias.

– Precedentes na década de 2000 –

“Só posso imaginar a dor e a preocupação que muitas famílias estão sentindo neste momento”, disse a ministra do Interior, Mari Rantanen, na rede social X.

O primeiro-ministro Petteri Orpo disse que está “profundamente comovido” com o ocorrido.

O país sofreu duas tragédias semelhantes no início dos anos 2000.

Em novembro de 2007, um jovem de 18 anos abriu fogo em uma escola em Jokela, 50 quilômetros ao norte de Helsinque, matando oito pessoas: o diretor, a enfermeira e seis alunos. O agressor cometeu suicídio após o ataque.

Um ano depois, em setembro de 2008, ocorreu um ataque a tiros em um centro de ensino profissionalizante em Kauhajoki (oeste), perpetrado por Matti Juhani Saari, de 22 anos, matou 10 pessoas. O agressor também cometeu suicídio pouco depois.

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