Na semana passada, em missa celebrada na cidade do Crato pelo cardeal e arcebispo de Manaus, dom Leonardo Steiner, a cearense Benigna Cardoso da Silva, morta aos 13 anos de idade no dia 24 de outubro de 1941, foi beatificada sob autorização do Vaticano. Benigna morreu assassinada a facadas por um colega de escola ao resistir à tentativa de estupro nas imediações de uma fonte onde fora buscar água. É por esse motivo, também, que recentemente a data de 24 de outubro passou a ser lembrada no Ceará como o Dia de Combate ao Feminicídio. Em sua homilia, dom Leonardo citou o nome de Padre Cícero, outra figura venerada no Ceará, cujo processo de beatificação está em andamento na Santa Sé. Há tempo que o local em que Benigna foi atacada, chamado Sítio Oiti, é frequentado por romeiros de todo o País.

O decreto

Seguindo a tradição do Vaticano, não será necessária a comprovação  de milagres atribuídos à garotinha Benigna, uma vez que o papa Francisco
assinou decreto reconhecendo o seu martírio.

A Lua se afasta da Terra quatro centímetros a cada 12 meses

UNIVERSO Cena em Berlim: poderia ser um dos cartões-postais de nosso planeta (Crédito:Kay Nietfeld)

Em busca da distância entre a Terra e a Lua, a mais simples consulta à internet ou um profundo mergulho em tratados de astronomia darão a mesma resposta: o nosso planeta e o seu satélite natural estão distantes, um do outro, a aproximadamente trezentos e oitenta e cinco mil quilômetros. Essa medida vale para sempre? Não.

UM POUCO MAIS PERTO Quando o astronauta norte-americano Neil Armstrong pisou a superfície lunar em julho de 1969 (foto), o satélite natural estava mais próximo da Terra cerca de dois metros e doze centímetros.

Cientistas acabam de concluir que a Lua se afasta da Terra, em média, quatro centímetros por ano. A Nasa, dona da mais alta tecnologia de varredura do cosmo, ao longo da missão Apollo instalou painéis refletivos na superfície lunar após conseguir fazer com que o homem a pisasse pela primeira vez, em 1969. Desde que houve tal instalação, raios lasers são lançados da superfície terrestre e seus reflexos nos painéis servem de base para quantificar o afastamento da Lua.

40 dias de luto, 40 dias de protesto, 40 dias de violência

TENSÃO Iraniana sobe em carro durante manifestações por Direitos Humanos: dez mil pessoas reunidas (Crédito:Divulgação)

No Irã, a tradição manda que se respeite o período de luto de quarenta dias. Também há quarenta dias, iranianas em todas as partes do país e de outras regiões do mundo protestam deixando de cumprir dois costumes nacionais: retiram os véus de seus rostos e cortam os cabelos em público.

As manifestações em homenagem a jovem Mahsa Amini que morreu aos 22 anos de idade há exatos quarenta dias, sob custódia da chamada polícia moral, chegaram ao ponto de ebulição na quarta-feira 26.

Uma multidão de ao menos dez mil pessoas saiu às ruas da cidade de Saqez, no Curdistão, onde Mahsa nasceu e foi sepultada. As forças de segurança iranianas não perderam a oportunidade e mantiveram o hábito da instituição: abusar da violência contra os manifestantes. Até a quinta-feira 27 não havia certeza sobre a quantidade de mortes ocorridas durante o confronto.

Camões para um machadiano

O ESCRITOR Silviano Santiago: autor do primeiro romance trans do Brasil (Crédito:Felipe Varanda)

O machadiano Silviano Santiago, tímido mineiro de 86 anos, é o vencedor do Prêmio Camões de 2022, a láurea mais prestigiosa da língua portuguesa. Faz companhia, assim, a outros mestres das palavras, dentre eles Raduan Nassar, Lygia Fagundes Telles, José Saramago, Chico Buarque e Mia Couto. Acompanha o prêmio, concedido pela Fundação Biblioteca Nacional e Secretaria de Cultura de Portugal, a quantia de cem mil euros (cerca de R$ 520 mil).

Silviano é o mais premiado escritor brasileiro. De sua autoria, destaque para: Em liberdade, Stella Manhattan (considerado o primeiro romance trans do Brasil) e Machado, no qual sugere a hipótese de que o escritor Mário de Alencar foi fruto de relação extraconjugal do “Bruxo de Cosme Velho” com a esposa de José de Alencar.