O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou, nesta quinta-feira (2), durante uma conversa por vídeo com seu contraparte ucraniano, Volodimir Zelensky, sua proposta para que o Brasil participe de um eventual processo multinacional de diálogo para acabar com a guerra entre Moscou e Kiev.

“Tive uma reunião por vídeo agora com o presidente da Ucrânia, Zelensky. Reafirmei o desejo do Brasil de conversar com outros países e participar de qualquer iniciativa em torno da construção da paz e do diálogo. A guerra não pode interessar a ninguém”, escreveu Lula no Twitter.

A Ucrânia está em guerra com a vizinha Rússia desde que o presidente Vladimir Putin ordenou uma invasão em fevereiro do ano passado.

Zelensky confirmou a conversa em um tuíte, no qual indicou que ambos enfatizaram a importância de defender os princípios de soberania e integridade territorial dos países. Também falaram sobre “os esforços diplomáticos” para buscar o fim das hostilidades.

Lula ressaltou que “o Brasil defende a integridade territorial da Ucrânia”, mas também busca “reunir um grupo de nações capazes de conversar com ambos os lados do conflito para promover a paz”, informou o Planalto em nota.

O petista causou polêmica no ano passado ao afirmar que Zelensky era “tão responsável” quanto Putin pelo início da guerra.

No entanto, seu governo apoiou em 24 de fevereiro uma resolução da ONU que exige a “retirada imediata” das tropas russas da Ucrânia.

A conversa aconteceu um dia após o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, se reunir com o contraparte russo, Serguei Lavrov, à margem da reunião dos ministros das Relações Exteriores do G20 em Nova Délhi, na Índia.

Lula, que iniciou seu terceiro mandato como presidente em janeiro, recusou pedidos para enviar munição à Ucrânia ou impor sanções a Moscou. Em vez disso, promove a criação de um grupo de países terceiros para buscar uma paz negociada.

O presidente havia tornado pública sua proposta pela primeira vez após uma conversa com o chanceler alemão, Olaf Scholz, em Brasília no dia 30 de janeiro.

Também apresentou a ideia ao presidente americano, Joe Biden, durante uma visita oficial a Washington no início de fevereiro, assim como ao presidente francês, Emmanuel Macron.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, disse na semana passada que Moscou está avaliando a proposta.

Em artigo no jornal O Estado de S. Paulo, o chanceler Mauro Vieira garantiu na última sexta-feira que o Brasil “não tem uma solução pronta”.

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