O Tribunal de Justiça de São Paulo acatou a recomendação do Ministério Público e arquivou o inquérito sobre uma suposta importunação sexual cometida pelo ex-jogador Paulo Roberto Falcão contra uma funcionária de um hotel em Santos, onde estava hospedado até agosto.

“Nem todo contato físico pode ser interpretado como ato libidinoso”, apontou o juiz Leonardo de Mello Gonçalves, da 2ª Vara Criminal de Santos. O magistrado entende que não há justificativas para prosseguir com o processo contra Falcão.

“Não há no presente feito indícios de ocorrência de ilícito penal, de modo a justificar o prosseguimento destes autos, não sendo possível concluir que o investigado tenha praticado em face da vítima ato libidinoso, com o objetivo de satisfazer a própria lascívia”, escreveu o juiz na decisão.

Ainda de acordo com a decisão proferida pelo juiz, a ação de Falcão foi “inconveniente e certamente causou desconforto na vítima”. A posição vai ao encontro do que indicou o Ministério Público, que entende que a denunciante pode ter interpretado o comportamento de Falcão como uma forma de assédio. O magistrado ainda descartou aguardar a produção de um laudo pericial e, assim, determinou o arquivamento do caso.

RELEMBRE O CASO

Falcão foi acusado por suspeita de importunação sexual no mês de agosto de 2023. O registro foi feito por uma funcionária, de 26 anos, do apart hotel onde morou em Santos, no litoral de São Paulo. Ele era coordenador técnico do Santos desde novembro de 2022, mas deixou o clube no mesmo dia.

Em nota, Falcão afirmou, à época, que deixou o cargo no Santos “em respeito à torcida diante do desempenho do time” e não devido à acusação. O ex-coordenador do clube nega a denúncia, afirmando que a importunação sexual “não aconteceu”.

Paulo Roberto Falcão, 70 anos, já foi jogador, comentarista e técnico antes de assumir função de gestão. Ele estreou no futebol pelo Internacional, em 1973. No Inter, foi tricampeão brasileiro, em 1975, 1976 e 1979. Em 1980, Falcão foi para a Roma, da Itália. Ele se aposentou em 1986, quando defendia o São Paulo. Entre 1976 e até sua aposentadoria, o jogador era assíduo nas listas de convocação da seleção brasileira.