11/02/2021 - 17:17
Grupos indígenas equatorianos se mobilizaram nesta quinta-feira (11) numa marcha para participar de um protesto pacífico, em frente ao órgão eleitoral em Quito, em defesa do candidato presidencial Yaku Pérez e suas denúncias de uma suposta fraude para deixá-lo de fora da disputa.
“A fraude foi consumada quando ontem tentamos a todo custo simplesmente (…) abrissem as atas presidenciais” para revisá-las na delegação eleitoral do porto de Guayaquil (sudoeste), disse Pérez à imprensa, cercado por 600 indígenas e ativistas de organizações sociais, em frente à sede do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
“E não fomos permitidos”, enfatizou o líder indígena de esquerda, que na quarta-feira perdeu o segundo lugar e o acesso ao segundo turno das eleições gerais para o ex-banqueiro de direita conservador Guillermo Lasso.
Os apoiadores de Pérez agitaram bandeiras multicoloridas e ergueram cartazes que diziam “a vontade do povo deve ser respeitada”.
Pérez, um advogado ambientalista de 51 anos, obteve 19,47% dos votos contra 19,69% para Lasso, de 65 anos.
O economista Andrés Arauz, 36 anos, o candidato do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017), manteve-se na liderança desde o início, conquistando 32,62% dos votos, segundo a apuração de 99,90% das urnas eleitorais, das quais 1,25% estão pendentes de revisão.
O segundo turno será no dia 11 de abril
Pérez acusa o correísmo e aliados de Lasso da suposta fraude, apoiada pelo direitista Partido Social Cristão (PSC), do ex-presidente León Febres Cordero (1984-1988).
Os apoiadores de Pérez também se reuniram em frente a delegações eleitorais em outras capitais proviciais, como Guayaquil, um reduto da direita conservadora.
Em pé em frente à sede da CNE em Quito – que é cercada por cercas de metal e protegida pela força pública – o líder indígena afirmou que Lasso, que aspira pela terceira vez à cadeira presidencial, pretende disputar o segundo turno apenas “por ego”.
“Ele sabe que não vai vencer o senhor Arauz; está jogando contra o correísmo”, disse o líder ambientalista, ferrenho opositor da política do ex-presidente socialista.
Ele insistiu que pedirá a recontagem de votos em várias províncias, incluindo nas quatro com maior eleitorado, como Guayas (cuja capital é Guayaquil) e Pichincha (Quito).
Seus seguidores prometem continuar protestando.
Há “fraude eleitoral em algumas províncias, pelas quais defendemos a democracia”, disse à AFP Oswaldo Rea, que fazia vigília em frente à CNE na capital equatoriana.
“Vamos defender até a última consequência. O Dr. Yaku Pérez tem que ser o presidente dos equatorianos, dos mais pobres, dos mais necessitados”, acrescentou.