O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), Guilherme Moreira, reduziu sua projeção para o indicador ao final de agosto, de queda de 0,08% para recuo de 0,15% na cidade de São Paulo.

A revisão aconteceu após a divulgação nesta quarta-feira, 9, do resultado do IPC-Fipe da primeira quadrissemana do mês, que registrou deflação de 0,34%, após encerrar o mês de julho com queda de 0,14%.

Na avaliação de Moreira, o grupo Alimentação (-1,10% a -1,40%) segue surpreendendo para baixo, com quedas disseminadas por diversos itens dentro do grupo. “Não estamos falando apenas de deflação em produtos in natura, por exemplo, mas sim na maior parte dos alimentos, inclusive os industrializados”, destaca Moreira.

O coordenador destaca ainda que, apesar de ser o principal responsável pelo movimento, o arrefecimento da inflação não é resultado apenas do comportamento benigno dos alimentos nos últimos meses. “A parte de Despesas pessoais (0,07% para -0,25%), por exemplo, que estava resistente e tem muita relação com a inflação de serviços também está cedendo”, diz.

Entre os dados que corroboram a análise de inflação cada vez menos intensa, Moreira destaca que a difusão do IPC-Fipe encerrou julho em 49% e caiu ainda mais na primeira quadrissemana de agosto, para 47%. “São níveis historicamente baixos e a difusão está baixa em todos os grupos”, destaca.

Ainda em relação ao dado cheio do IPC-Fipe da quadrissemana, Moreira também cita que houve continuidade das quedas de energia elétrica (-1,30% para -2,52%), como resultado do bônus de Itaipu, e que contribuiu para a deflação de Habitação (0,10% para -0,16%) nesta leitura.