O Brasil tem dois candidatos ao título da disputa masculina do Super Crown, última etapa da SLS, principal liga de skate de rua do mundo. Felipe Gustavo e Giovanni Viana foram os melhores de suas baterias na fase eliminatória, neste sábado, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, e avançaram à decisão, marcada para as 14h30 deste domingo. Felipe teve a maior nota de manobra individual do dia, um 9,4, e Giovanni desbancou o americano Nyjah Houston, o maior campeão da história da SLS.

Os skatistas tiveram duas voltas de 45 segundos e cinco oportunidades de manobras individuais. A nota final é a soma das quatro maiores notas, podendo ser composta de uma volta e três manobras individuais, ou quatro manobras individuais, com pontuação máxima de 40 pontos. Foram disputadas cinco baterias com cinco competidores e apenas um avançou em cada uma delas. Também foi cedida uma sexta vaga ao dono da melhor nota fora os classificados como líderes.

A primeira bateria tinha Gabryel Aguilar como representante do Brasil. Ele empolgou a torcida ao abrir a primeira volta com 8,90, mas arrancou apenas um 3,50 na segunda e só somou pontos na última das cinco tentativas de manobra individual, por isso acabou em quarto lugar, com total de 13,00. A disputa foi dominada pelo português Gustavo Ribeiro, atual campeão do Super Crown, que fez 24,90 contra 23,10 do japonês Kairi Netsuke, segundo colocado.Torey Pudwill, Aurelien Giraud e Trent McLung também ficaram pelo caminho, ao lado do brasileiro e de Netsuke.

Giovanni Vianna competiu no segundo grupo, com uma apresentação impecável. Depois de conseguir três notas acima de 8,00, uma na primeira volta e as outras duas nas primeiras tentativas de manobra individual, arrancou um 9,10 na quarta tentativa para garantir a classificação com o total de 34,80. O lendário Nyjah Houston teve dois 9,00, mas a soma foi de 26,50, por isso ele ficou em terceiro lugar, atrás também de Jhancarlos Gonzalez (32,30). Luan Oliveira, um dos principais skatistas de street do Brasil, e Carlos Ribeiro ficaram em quarto e quinto, respectivamente, acima do americano Chris Joslin, sexto.

Quem passou na terceira bateria foi o americano Maurio McCoy, com nota 30,20, mas o brasileiro Felipe Nunes, terceiro colocado, com 28,90, roubou a cena. Nunes não tem as duas pernas desde os seis anos, por causa de um acidente em uma linha de trem, e obteve sucesso como paraskatista, a ponto de ser notado por Tony Hawk. Neste sábado, foi escolhido para substituir o medalhista olímpico Kelvin Hoefler, lesionado, e se tornou o primeiro paratleta a competir em uma etapa da SLS. Ele ficou na frente do americano Dominick Walker, do australiano Shane O’Neil e do japonês Daiki Ikeda.

O quarto grupo teve uma nota 9,00 para o brasileiro Lucas Rabelo, mas ele terminou com 26,10 na somatória final e ficou em terceiro lugar, atrás do canadense TJ Rogers, que somou 32,60. Vicent Milou, da França, foi o classifcado, depois de alcançar um 9,10 na segunda volta e somar com três notas acima de 8,00 nas manobras individuais para fazer 35,40.

A atmosfera se transformou totalmente na quinta e última bateria, graças à presença de Felipe Gustavo, um dos skatistas mais respeitados do País e campeão da etapa de Sydney da SLS, em outubro. O brasiliense cravou um 9,40 na terceira tentativa de manobra individual e saiu da pista com a nota mais alta de um apresentação. No total, fez 35,20 e garantiu vaga na final, assim como Ryan Decenzo (33,40), que passou porque fez a melhor nota entre todos os segundos colocados. Este grupo teve a disputa mais acirrada, tanto que o terceiro colocado Filipe Mota, do Brasil, fez 32,20 e o quarto Braden Hoban, dos EUA, anotou 31,50. O porto-riquenho Manny Santiago (23,00) e o americano Dashawn Jordan (17,80) foram quinto e sexto.