Os favoritos Alexander Stubb e Pekka Haavisto passaram, neste domingo (28), ao segundo turno das eleições presidenciais na Finlândia, com cada um obtendo mais de um quarto dos votos, após a apuração praticamente concluída.

O ex-primeiro-ministro Stubb obteve 27,1% dos votos, enquanto o ex-ministro das Relações Exteriores Haavisto conseguiu 25,8%, com mais de 99% dos votos apurados, segundo as autoridades eleitorais, o que significa que eles vão se enfrentar em 11 de fevereiro.

A importância do cargo de presidente cresceu no país diante das tensões com sua vizinha Rússia desde a invasão da Ucrânia.

Embora os poderes do presidente sejam limitados, o chefe de Estado – que é o comandante supremo das forças armadas – ajuda a dirigir a política externa junto ao governo.

As seções de votação fecharam às 20h00 locais (15h00 em Brasília), mas 44,5% dos eleitores já haviam votado antecipadamente, segundo a emissora de televisão pública Yle.

“Obter tantos votos desde o início é algo bom”, disse o conservador Alexander Stubb à Yle após o fechamento das urnas.

Por sua vez, Haavisto, do Partido Verde, mas que se apresenta como independente, assinalou que “a Finlândia vai continuar sendo um país pacífico e é importante que mantenhamos a estabilidade aqui”.

– Segundo turno –

Um segundo turno será organizado no domingo, 11 de fevereiro.

Para Hannu Kuusitie, eleitor que compareceu ao centro de Helsinque para votar, a Finlândia precisa de um presidente com “competência em matéria de liderança, humanidade”. “Certamente, também terá que ser duro quando for necessário”, acrescentou.

Após a Guerra Fria, Helsinque manteve boas relações com a Rússia, contudo, a situação se reverteu após a invasão russa da Ucrânia em 2022.

O país nórdico, membro da União Europeia e da zona do euro, abandonou seu tradicional não alinhamento militar e aderiu à Otan em abril de 2023. A Rússia, que compartilha com a Finlândia uma fronteira de 1.340 km, advertiu para “contramedidas”.

Em agosto do mesmo ano, a Finlândia registrou um fluxo de migrantes sem visto por sua fronteira oriental, enviados, segundo Helsinque, por Moscou para desestabilizar o país.

Em novembro, a Finlândia decidiu fechar sua fronteira com a Rússia.

Na quinta, durante um debate televisionado, Stubb, primeiro-ministro do país entre 2014 e 2015, destacou que se deve priorizar “a segurança da Finlândia”.

Haavisto enfatizou que Helsinque deve “enviar à Rússia uma mensagem muito clara de que isto não pode continuar”.

Todos os candidatos defendem a independência da Finlândia e seu novo papel como membro da Otan, destacou Hanna Wass, vice-decana da faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Helsinque.

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