Uma equipe de cientistas americanos afirmou, nesta segunda-feira (7), ter conseguido repetir um experimento de fusão nuclear, mas, desta vez, com maior produção de energia.

O Laboratório Nacional Lawrence Livermore chocou o mundo em dezembro passado. Na data, a instituição anunciou ter conseguido uma reação nuclear experimental que produziu mais energia do que se usou para provocá-la, um feito na busca por energia limpa ilimitada para pôr fim à era dos combustíveis fósseis.

“Podemos confirmar que o experimento produziu um rendimento maior do que o de dezembro de 2022”, disse o porta-voz do laboratório, Paul Rhien, em comunicado por e-mail nesta segunda-feira, sem divulgar números.

Ele acrescentou que o laboratório dará detalhes nas próximas conferências científicas e em publicações revisadas por pares. O jornal Financial Times foi o primeiro a informar esse novo avanço.

A fusão nuclear é considerada uma fonte de energia limpa, abundante e segura que pode permitir à humanidade romper sua dependência do carvão, do petróleo, do gás natural e de outros hidrocarbonetos que estão causando uma crise climática global. Ainda há, no entanto, um longo caminho a percorrer até que seja viável em escala industrial, abastecendo residências e empresas.

Hoje, as centrais nucleares usam a fissão, a divisão do núcleo de um átomo pesado para produzir energia. A fusão nuclear, ao contrário, combina dois átomos de hidrogênio para formar um átomo de hélio mais pesado, liberando uma grande quantidade de energia nesse processo. Isso ocorre dentro das estrelas, incluindo o Sol.

Na Terra, as reações de fusão podem ser desencadeadas pelo aquecimento do hidrogênio a temperaturas extremas dentro de dispositivos especializados.

Assim como a fissão, a fusão é livre de carbono durante a operação e tem outras vantagens: não apresenta risco de catástrofe nuclear e produz muito menos lixo radioativo.

Durante o experimento de dezembro, o laboratório usou 192 lasers ultrapotentes apontados para uma cápsula menor do que uma ervilha contendo isótopos de hidrogênio.

Produziu 3,5 megajoules de energia, usando 2,05 megajoules através dos lasers. Foram necessários 300 megajoules de energia da rede elétrica para ativar os lasers.

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