O câncer de mama é o mais incidente e temido pelas mulheres, tanto pela taxa de mortalidade quanto pelo impacto na qualidade de vida e na saúde das pacientes. De acordo com balanço do Instituto Nacional de Câncer (INCA), para o ano de 2022, são esperados 66.280 novos diagnósticos — a taxa de risco é de 43,74 casos a cada 100 mil mulheres.

Do número total de pacientes, 70% precisam recorrer à mastectomia (retirada dos seios) como parte do tratamento, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia. É pensando nessas mulheres e no impacto da perda das mamas, que a tatuadora paulista Alê Rosa faz um trabalho voluntário de reconstrução das aréolas por meio da tatuagem.

“Já perdi uma pessoa querida para o câncer de mama. Diante da causa, percebi que poderia fazer algo por essas mulheres guerreiras que trazem com elas cicatrizes dessa batalha. Elas não precisam encarar o espelho todos os dias e se sentirem menos femininas, menos bonitas ou menos valiosas. O trabalho é justamente resgatar a autoestima que, muitas vezes, foi arrancada dela”, destaca.

Para fazer o trabalho da maneira mais fidedigna possível, a tatuadora aplica uma técnica específica:“A pele precisa ser analisada para a execução da pigmentação, tanto com relação à textura, quanto à coloração adequada. Para a realização do procedimento, também é necessário avaliar o tempo da cicatriz para que o projeto fique perfeito”, explica Alê Rosa.

No estúdio da paulistana, o perfil de mulheres atendidas pelo projeto é variado. De acordo com a profissional, o atendimento é o mais democrático possível e se estende não apenas às mulheres que perderam os mamilos para o câncer de mama, mas também para aquelas que passaram por problemas pós-cirúrgicos estéticos. “O motivo de o projeto existir é justamente para tornar a reconstrução acessível para mulheres que não podem arcar com custos desse procedimento”, defende.

As ações solidárias da tatuadora Alê Rosa acontecem periodicamente e são divulgadas por meio das redes sociais. “O atendimento solidário é feito e agendado em datas específicas. Caso a pessoa precise que o procedimento seja realizado fora das datas estipuladas, também existe a possibilidade, porém passa a ser um atendimento com o valor de investimento”, pontua.