O dólar subiu ante rivais nesta quinta-feira, 12, beneficiado pela aversão a risco desencadeada no mercado pela decisão do presidente americano, Donald Trump, de suspender a maior parte dos voos da Europa para os Estados Unidos. Além disso, medidas anunciadas pelo Banco Central Europeu (BCE) para aumentar a liquidez no sistema financeiro prejudicaram o euro.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 105,34 ienes, o euro recuava a US$ 1,1198 e a libra caía a US$ 1,2617. O índice DXY, que mede a variação do dólar ante outras seis divisas principais, registrou alta de 1%, a 97,468 pontos.

“Agora que o coronavírus atingiu proporções pandêmicas, os investidores estão gravitando em direção ao dólar, dada sua distinção como a moeda mais líquida do mundo”, comenta o analista sênior de mercado Joe Manimbo, do Western Union.

O especialista pondera, no entanto, que as “vulnerabilidades” da moeda americana permanecem, já que o mercado espera mais cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Hoje, o Fed anunciou uma injeção de liquidez no mercado financeiro de US$ 1,5 trilhão, por meio de operações de recompra (repo).

A fraqueza do euro, porém, impulsionou o dólar. A moeda europeia foi prejudicada por medidas anunciadas pelo BCE para garantir a liquidez dos bancos, em meio à crise do coronavírus, embora a autoridade monetária tenha decidido não cortar juros.

“A decisão de hoje do BCE não ajudou em nada a confiança nos ativos de risco, mas seria errado pensar que o bom desempenho do dólar hoje represente algum tipo de reavaliação global de riscos, favorecendo os EUA”, analisa o banco holandês ING.

Ante moedas emergentes e ligadas a commodities, o dólar subia a 62,7590 pesos argentinos, a 16,4727 rands sul-africanos e a 21,6496 pesos mexicanos, no fim da tarde em Nova York. Hoje, o Banco Central do México (Banxico) anunciou a realização de leilões cambiais e de bônus governamentais, devido ao impacto do coronavírus, e a moeda mexicano atingiu a mínima histórica ante o dólar.