Tratada como solução para a imensa crise do Cruzeiro, a SAF (Sociedade Anônima do Futebol), que foi comprada por R$ 400 milhões pelo ex-jogador Ronaldo Fenômeno, começou a ser questionada pela torcida do Cruzeiro. O motivo: a forma abrupta que a nova gestão tem tratado algumas situações no clube.

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O caso mais destacado foi a saída traumática do goleiro Fábio, que deixou o time mineiro depois de 17 anos, por não aceitar um contrato de três meses, jogando apenas o Campeonato Mineiro.

Com 976 jogos, o arqueiro tem rica história na Raposa e a forma como deixou o clube trouxe questionamentos quanto ao modelo de condução do Cruzeiro.

Outras saídas que geraram estranheza no torcedor foi a demissão de Vanderlei Luxemburgo, que foi trocado pelo uruguaio Paulo Pezzolano, e a dispensa Alexandre Mattos, que estava trabalhando na contratação de reforços e seria o diretor de futebol. Pedro Martins acabou sendo contratado, pois se encaixa no perfil do “bom e barato” que o clube busca.

Boletos chegando e defesa da SAF

Por outro lado, o Cruzeiro alegou que manter Fábio seria um sacrifício econômico, pois há uma luta interna para reduzir custos e ainda conseguir equacionar a imensa dívida, de quase 1 bilhão de reais, sendo que muitos valores são dívidas de curto prazo, que somam quase 200 milhões de débitos com credores e na FIFA, o famoso Transfer Ban.

O especialista em direito esportivo Eduardo Carlezzo, disse que as medidas na Raposa são para ajudar as contas do clube.

-A partir do momento que um clube tem “dono”, obviamente buscará uma racionalidade financeira e uma redução de custos. Por isso, o torcedor tem de se acostumar a ver contratações que façam sentido dentro do orçamento do clube. Em especial de um clube imensamente endividado, como é o caso do Cruzeiro – disse.

Porém, ainda segundo Carlezzo, o torcedor terá de se acostumar com essa nova realidade, pois com um “dono” alguém se responsabilizará pelas ações do Cruzeiro, o que não ocorria, quando o sistema de gestão era presidencial.

-Os torcedores vivem um novo capítulo no futebol brasileiro. Até então, os custos e a dívida trocavam de presidente para presidente, historicamente só se avolumavam e ninguém se responsabilizava, pois o clube não tinha “dono”-concluiu.