A Comissão Europeia anunciou nesta quinta-feira (16) que renovará por 10 anos a autorização do uso do glifosato na União Europeia (UE), depois que os países-membros do bloco não conseguiram chegar a um acordo sobre este polêmico agrotóxico.

“A Comissão, em colaboração com os Estados-membros da UE, procederá a renovação da aprovação do glifosato por um período de 10 anos, sujeito a algumas novas condições e restrições”, afirmou o braço executivo europeu em um comunicado.

A renovação foi autorizada após um relatório elaborado por uma agência reguladora europeia que considerou que o nível de risco não justifica a proibição da substância.

A Comissão prevê, contudo, algumas salvaguardas e proíbe seu uso para a dessecação (o processo de remoção da umidade de uma cultura antes da colheita.

Em 2015, o Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer da Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o glifosato, substância ativa de vários pesticidas, incluindo o famoso Roundup, da Monsanto, como “cancerígeno provável”.

Em julho deste ano, no entanto, a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar sustentou que não identificou qualquer “área de preocupação crítica” em humanos, animais e meio ambiente que pudesse impedir sua autorização, embora tenha admitido dispor de poucos dados.

Em uma votação no mês passado, os países da UE não conseguiram alcançar maioria para aprovar a renovação do glifosato. Segundo fontes diplomáticas, sete países, incluindo França, Alemanha e Itália, optaram pela abstenção.

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