Com o passar da idade, muitas coisas mudam, inclusive o cabelo. Em mulheres acima dos 40 anos, especialmente, e com a chegada da menopausa, a atenção ao couro cabeludo e aos fios deve ser redobrada, devido à predisposição de problemas dermatológicos na região, que, ainda, podem refletir na qualidade e estética das madeixas.

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Luann Lôbo, dermatologista, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD) e diretor do núcleo de tricologia e corporal da Human Clinic, em São Paulo, explica que as mudanças hormonais típicas da idade provocam alterações nos fios. “As hastes capilares tendem a se tornar mais finas, mais opacas e também mais ásperas. A densidade capilar também tende a diminuir nesta fase”, destaca.

Segundo o especialista, que atende famosas como Sasha Meneghel e Nicole Bahls, a idade favorece alguns fatores adversos, como a alopecia androgenética, popularmente conhecida como calvície feminina. A condição resulta no afinamento do cabelo e diminuição do volume, “ambos de caráter progressivo e seguindo padrões de distribuição no couro cabeludo”. 

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Embora seja comum em mulheres acima dos 40 anos, Luann pondera que este problema tem “predisposição genética já estabelecida”. No entanto, não é o único. 

Outro tipo comum da idade — e também de predisposição genética determinada —, especialmente pós-menopausa, é a alopecia frontal fibrosante. “Nesse quadro, existe perda de cabelo de caráter cicatricial na parte frontal do couro cabeludo, podendo acarretar, também, na perda de pelos das sobrancelhas”, informa o médico.

Como evitar estas condições

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A prevenção é a principal aliada ao couro cabeludo saudável. Portanto, além de uma rotina de cuidado capilar, usando produtos adequados, é indispensável manter as consultas dermatológicas e os exames em dia. Afinal, a avaliação profissional individual promove a saúde e qualidade do cabelo a longo prazo em qualquer idade.

Em alguns casos, a falta de tratamento precoce adequado pode acarretar perda progressiva e irreversível do cabelo, especialmente nas alopecias cicatriciais. 

Luann relata que muitas mulheres após os 40 anos, portadoras de diferentes tipos de alopecia ou patologias capilares, se automedicam e utilizam shampoos ou complexos vitamínicos com suposta ação anti-queda sem orientação médica. “Quase sempre estas medidas terapêuticas são equivocadas ou insuficientes para adequado manejo do quadro clínico. Portanto, sempre que houver alguma queixa capilar, busque o seu médico dermatologista de confiança para adequada avaliação, diagnóstico e condutas terapêuticas”, alerta.

Por fim, o diretor do núcleo de tricologia da Human Clinic lista algumas práticas simples para manter o couro cabeludo e as hastes saudáveis; veja as dicas a seguir:

  • Não esfregar a toalha no cabelo durante a secagem pós-banho; 
  • Não abafar os fios no dia a dia, especialmente em condições de maior umidade, como toalhas enroladas pós-banho e bonés; 
  • Não ficar muitos dias sem lavar o cabelo, para evitar o descontrole da proliferação de fungos e maior probabilidade de condições descamativas — uma boa média é três lavagens na semana; 
  • Não aplicar condicionador diretamente no couro cabeludo, somente no comprimento dos fios; 
  • Não provocar trações persistentes no cabelo, como coques e tranças, fatores que podem favorecer a chamada alopecia de tração e prejudicar a saúde dos fios a longo prazo; 
  • Evitar o uso de prancha, tinturas, babyliss e secador;
  • Ter o hábito de utilizar protetor térmico capilar.