O Banco Central Europeu (BCE) afirma que o aperto monetário em andamento, para conter a inflação, deve conter os gastos dos consumidores em bens duráveis e também o investimento privado. Em artigo preparado por Roberto A. De Santis e Grigor Stoevsky, a entidade avalia o papel da oferta e da demanda na recuperação regional, após o choque da covid-19.

A análise considera que a recuperação econômica após a pandemia na zona do euro “tem sido sólida”, apoiada por políticas como o “forte apoio fiscal e da política monetária”.

A iniciativa oficial reduziu riscos para o setor privado e evitou quebras disseminadas, bem como grande desemprego por causa da crise de saúde, segundo o artigo. A manutenção do poder de compra e da demanda agregada ajuda a zona do euro a lidar com os choques “extraordinariamente adversos” na oferta nos últimos três anos.

A recuperação econômica teve como entraves problemas na oferta, um choque no setor de energia, também diante da guerra da Rússia na Ucrânia, e da própria incerteza decorrente do conflito, diz o artigo do BCE.

O estudo acrescenta que os problemas nas cadeias de produção têm pesado na economia da região, mas também nota que eles têm diminuído, desde meados de 2022.

O BCE considera que os choques adversos na oferta “têm se dissipado em grande medida ultimamente”.

O recuo em preocupações com a oferta de energia e seus preços também reduz incertezas, enquanto a confiança dos consumidores cresce, “embora a partir de níveis baixos”, o que de qualquer modo dá apoio ao crescimento econômico, na avaliação dos autores.