Cerca de seis mil hectares de florestas nativas foram consumidos por um incêndio fora de controle na província de Chubut, na Patagônia argentina, enquanto bombeiros combatem outro foco em uma importante reserva natural na província vizinha de Río Negro, informaram autoridades nesta terça-feira (6).

Em Chubut, os fortes ventos e as altas temperaturas alimentaram as chamas no Parque Nacional Los Alerces – declarado Patrimônio Mundial da Unesco por sua biodiversidade -, onde milhares de hectares de floresta nativa foram atingidos pelo fogo desde 25 de janeiro, um incêndio ainda descontrolado que o governo provincial presume ter sido causado de forma intencional.

O avanço das chamas obrigou a retirada preventiva de aproximadamente seis famílias que moram em áreas rurais próximas, enquanto o foco principal está a sete quilômetros da cidade de Esquel, com 35 mil habitantes, informou o Serviço Provincial de Gestão de Incêndios.

“Hoje (terça-feira) estão sendo realizados trabalhos em nove setores diferentes para combater as chamas”, informou à rádio FM El Chubut a secretária de Vinculação Cidadã da província, Laura Mirantes.

O tempo dificulta a ação dos bombeiros. O Serviço Meteorológico estimou que a umidade relativa do ar é de 30% e não são esperadas chuvas volumosas nos próximos dias.

Segundo o Serviço de Gestão de Incêndios de Chubut, até terça-feira, cerca de 6.000 hectares de florestas nativas, arbustos e pastagens foram destruídos.

Aviões-hidrantes, helicópteros, drones de reconhecimento e máquinas trabalham no combate às chamas com a colaboração de bombeiros de outras províncias, reunindo uma equipe de 400 pessoas.

Um incêndio também atingiu o Parque Nacional Nahuel Huapi – uma das primeiras reservas naturais da Argentina -, na província vizinha de Río Negro, uma área patagônica de difícil acesso coberta por florestas e perto da cidade turística de San Carlos de Bariloche.

O foco das chamas está no sul do parque, na região de Brazo Tristeza, que só pode ser acessada por barcos.

“É terrível como o fato de ventar e não chover piora cada vez mais nosso panorama. Eu vejo a fumaça e isso me dói na alma. Isso vai ser desolador”, declarou à AFP Adriana Mangold, uma estilista de 50 anos.

Inúmeros circuitos turísticos foram fechados de forma preventiva, incluindo aqueles que levam ao famosos cerros Llao-Llao e Tronador, em Bariloche.

Em meio à alta temporada, exista uma recomendação especial para que turistas circulem pelas estradas e principais rotas da região, devido à baixa visibilidade causada pela fumaça.

As autoridades estimam que o incêndio começou devido ao descuido de pessoas que acampavam naquela área. Até a noite de segunda-feira, o segundo incêndio havia atingido cerca de 200 hectares.

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