Guilherme Arana não escondeu sua ansiedade e euforia neste retorno à seleção brasileira após perder a Copa do Mundo do Catar por causa de lesão no joelho. Convocado para substituir Caio Henrique, cortado também por problemas no joelho, o lateral-esquerdo do Atlético-MG deve ser titular diante da Venezuela, nesta quinta-feira, pela terceira rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo. Apesar de dizer que o retorno é que se fosse sua estreia, garantiu estar pronto para ajudar.

“Foi um período muito difícil, sofri bastante, quem sofreu mais foi minha família, sem dúvida. Mas é uma página virada, um novo ciclo, nova comissão, e estou aqui para ajudar. Tudo que passou uso como aprendizado. Tiro como aprendizado, terei novamente minha oportunidade e darei conta do recado”, afirmou o lateral, deixando os problemas no passado e focando somente no futuro.

Arana não escondeu, contudo, que está usando este retorno como um recomeço. “Como se fosse a primeira vez, uma estreia, uma oportunidade nova, em ciclo novo”, afirmou. “Fiquei muito tempo fora, não tem nem três meses que estou atuando após a lesão. Infelizmente estou aqui por causa do corte do Caio Henrique, quero desejar melhoras a ele, mas estou pronto. Não sei se vou iniciar, porém estou preparado mentalmente e fisicamente para dar conta do recado”, repetiu.

Um dos poucos chamados que atuam no País, ele garante que isso não é problema. Mesmo com uma base repleta de atletas que atuam na Europa, Guilherme Arana garante que a receptividade e o convívio nos trabalhos facilita na hora que a bola rola no campo.

“Desde o primeiro momento, da estreia, os jogadores que estavam jogando fora me acolheram superbem, me apoiaram e deram algumas instruções. (O entrosamento vem) Mais na base da conversa. São grandes pessoas, grandes jogadores, que vivenciaram muitas coisas e nos treinamentos a gente se entende e se entrosa. Isso é super tranquilo, pois todos me receberam bem aqui. Isso só agrega, não me atrapalha.”

A inspiração de Arana na seleção é o lateral Roberto Carlos. “Eu, apesar da pouca idade, sempre acompanhei vídeos, meu pai disse que pareço Roberto Carlos. E todas as vezes que chuto uma bola errada, meu pai manda vídeos dele batendo na bola. É importante ver, porque é um aprendizado a mais e faz a diferença nos jogos.”

Agora sob o comando de Fernando Diniz, Arana não deixou de reconhecer o mérito de Tite em seu crescimento como profissional. Foi o antigo técnico da seleção brasileira quem o lançou no profissional do Corinthians e o levou pela primeira vez à seleção.

“São dois grandes treinadores. Tive o prazer de jogar por muito tempo com o Tite, com quem aprendi muito. Ele me colocou no cenário do futebol”, reconheceu. Sobre o estilo mais ofensivo de Diniz, porém, comemorou. “Eu já tive treinador que me usava com essa mesma função, o (Jorge) Sampaoli, como extrema, e isso favorece meu jogo, pois sou ofensivo. Mas minha função é a marcação também e vou procurar ajudar a equipe.”