A descoberta não foi intencional – apenas práticas de segurança malfeitas. O químico James M. Schlatter estava procurando uma droga antiúlcera em seu laboratório em 1965 quando lambeu o dedo para pegar um pouco de papel. Surpreso com a intensa doçura em sua língua, ele logo rastreou a substância até um béquer cheio de ácido aspártico e fenilalanina, dois aminoácidos naturais.

Enquanto Schlatter estudava mais a mistura, ele descobriu que o metanol, que é um álcool simples também encontrado em frutas e vegetais, parecia ser a chave para a doçura do pó – e assim nasceu o aspartame como substituto do açúcar.

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O aspartame é um adoçante não nutritivo , o que significa que contém uma quantidade extremamente pequena ou nula de carboidratos e não fornece ao corpo energia – ou calorias – como o açúcar. No entanto, ao contrário de alguns adoçantes artificiais que são excretados do corpo quase inalterados, o aspartame é metabolizado e possui cerca de 4 calorias por grama.

O que diz a OMS?

A Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC) e o Comitê Especializado em Aditivos Alimentícios (JECFA) divulgaram, nesta quinta-feira (13), que o aspartame é “possivelmente cancerígeno”.

A IARC e o JECFA são órgão da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização de Comida e Agricultura (FAO), respectivamente. Mesmo diante disso, as instituições apontaram que há um limite aceitável de consumo diário do adoçante artificial.

As substâncias cancerígenas são separadas em três diferentes grupos pela IARC: cancerígeno (1), possivelmente cancerígeno (2A) e sem classificação sobre risco de câncer (3).

“As avaliações sobre o aspartame indicaram que, ao mesmo tempo em que a segurança não é uma grande preocupação em relação às doses geralmente usadas, efeitos potenciais descritos precisam ser investigados por mais e melhores estudos”, pontuou Francesco Branca, diretor do Departamento de Nutrição e Segurança Alimentar da OMS, em comunicado.

Qual a quantidade segura de consumo?

Os especialistas ressaltaram que a o consumo diário do aspartame considerado aceitável é de 40 mg/kg de peso corporal. Um adulto de 70 kg, por exemplo, teria de consumir entre 9 e 14 latas de refrigerante diet com 300 mg da substância para exceder o limite seguro.