COLEÇÃO Carla Settanni é uma das clientes VIPs da francesa Louis Vuitton

As irmãs Lilly e Renata Sarti herdaram da mãe a paixão por bolsas. Desde cedo, aprenderam a conhecer e eleger as peças mais exclusivas das prateleiras nacionais e internacionais – e hoje, a cada nova aquisição, podem contar com ela na hora de passar o cartão de crédito, especialmente nas viagens semestrais à Europa. Aos 22 anos, a estilista Lilly coleciona ao menos 15 exemplares de grifes top como Chanel e Prada. Cada uma custa em torno de R$ 15 mil. Um ano mais velha, a administradora Renata possui outras dez bolsas no guarda-roupa. A preferida é um modelo da Chloé de cor vermelha, escolhida por ela por ser discreta e não ostentar a marca. A matriarca dos Sarti prefere as sofisticadas e exclusivas croco. Confeccionadas em couro de crocodilo, um exemplar de uma grife estrangeira dificilmente sai por menos de R$ 24 mil.

A paixão de mulheres como as da família Sarti por bolsas (no caso, pelas exclusivas e caras) foi impulsionada recentemente com a chegada de seis grifes de luxo ao Brasil que inauguram suas primeiras lojas em um sofisticado shopping em São Paulo. A francesa Hermès ainda não abriu, mas é a mais aguardada. A maioria das marcas tem como carro-chefe o acessório, como a italiana Furla e a francesa Longchamp. Em ambos os casos, antes mesmo de começarem a vender, havia fila de espera para alguns modelos. Na Longchamp, por exemplo, dez paulistanas reservaram com antecedência um exemplar da Lègend, a mesma que a inglesa Kate Moss exibe nas propagandas da grife.

A advogada Daniella Paulini, 30 anos, foi uma das mulheres que fizeram questão de reservar sua Afrodite dourada um mês antes de a Furla abrir as portas. Consumidora voraz de revistas de moda importadas, a advogada já estava de olho no modelo e, quando soube da chegada da marca ao Brasil, pediu para o namorado encomendá-la. "Nem acredito que consegui uma", diz Daniella. No dia seguinte à inauguração da loja, a advogada, que mora em Santos, no litoral de São Paulo, foi pegar seu exemplar no shopping. Lá, aproveitou para levar um segundo modelo, uma Elizabeth. Em poucos minutos, deixava o local com um sorriso largo no rosto e R$ 5.310 a menos no banco. "Compro porque gosto de coisas de qualidade, de acabamento perfeito, por dentro e por fora", justifica. No total, Daniella possui 100 bolsas. A mais cara que comprou foi uma Bottega Veneta, mas ela prefere não revelar o valor. O modelo Bambina da grife italiana, por exemplo, custa cerca de R$ 12.800.

FOTOS: IBRHIM CRUZ/AG. ISTOÉ

TROCA-TROCA As irmãs Lilly e Renata dividem o armário
de 25 bolsas exclusivas e caras

O que move as mulheres a investir tanto em bolsas? Na opinião da empresária Carla Settanni, 43 anos, assim como as jóias, o acessório é o principal complemento à produção feminina. "Gosto de ter todas as novidades", diz ela, que adquiriu recentemente uma bolsa- carteira da francesa Louis Vuitton, que viu no recém-lançado filme Sex and the City. "Sou do tipo que compra, mas que usa, sei quanto custa e não desperdiço dinheiro", afirma. Lilly Sarti não pode dizer o mesmo. "Tem bolsas que a gente usa tanto que depois nem pode ver pintada. Daí fica no guardaroupa", conta. Entre as esquecidas no fundo do armário está uma bolsa de noite da italiana Prada. Um mimo de R$ 10 mil que só foi usado três vezes.

Fonte: Revista Forbes (2006/2007)