As CPIs, que deveriam investigar casos como o do uso de passaportes falsos ou de empresários que estão enriquecendo em cima dos jogadores, acabaram colocando os clubes como alvos prioritários. Agremiações da grandeza do meu Vasco, por exemplo, que recebe em média mais de cinco mil atletas todos os dias, nos mais diversos esportes, começam a sofrer ataques por todos os lados, como se estivessem erradas ou fossem culpadas. Erradas? Culpadas? Em que ou do quê?

De terem avocado uma responsabilidade social que de fato e de direito é do governo, que não cumpre, ou pelo menos não o faz como desejam os brasileiros? Deveríamos ter uma política de fomento ao esporte e não temos. Esse é um problema deste e de outros governos. Apesar de os clubes cumprirem essa tarefa, são tratados como meros devedores do INSS. Jorgina de Freitas e Ilson Escóssia somem com todo aquele dinheiro da Previdência, mas os clubes acabam virando alvos preferenciais porque esse assunto dá palanque e encobre os problemas sociais, que são inúmeros. As CPIs tratam os dirigentes como se todos fossem vigaristas, oportunistas, sonegadores. Estão atingindo o alvo errado.

Esses aproveitadores, esses políticos ou jornalistas que buscam os seus 15 minutos de fama, precisam aprender definitivamente que a maior paixão do povo brasileiro é o seu clube. Mas as perspectivas são sombrias para essas entidades que prestam o maior serviço social neste país. Vivemos uma invasão alienígena de empresas estrangeiras que nada têm a ver com o futebol. Outra dificuldade é conciliar os interesses técnicos do futebol com os das emissoras de tevê e seus patrocinadores. Vários torneios são realizados na mesma época, os times jogam de dois em dois dias. Como precisam de dinheiro, os clubes participam de todas as competições possíveis. Há um escuso interesse que precisa ser combatido. É como se quisessem obrigar todos os clubes a vender as suas almas como, infelizmente, alguns já fizeram. Querem, parece, destruir os dirigentes com esse fim.

É contra isso que continuarei lutando, como sempre lutei. Em defesa dos nossos antepassados, que construíram a grandeza dos clubes. E essa batalha, seja contra quem for, eu vou ganhar. 

Eurico Miranda é deputado federal (PFL-RJ) e presidente do Clube d
e Regatas Vasco da Gama