O Brasil dos últimos tempos experimentou generosas doses de democracia nas ruas, com o povo exercendo seu amplo direito de protestar e manifestando o irrefreável desejo por mudanças. Foram momentos mágicos, de pluralidade de ideias e causas. A maioria delas legítimas – salvo desvios pontuais, e condenáveis, de alguns extremistas e vândalos que buscavam tirar proveito da situação. As aulas de civismo das várias gerações, que tomaram em punho bandeiras com históricos anseios sociais, contaminaram o País, colocaram em xeque a forma de operar do Estado brasileiro e acenderam o sinal de alerta nos Três Poderes. Às vésperas das eleições presidenciais de 2014, os candidatos a comandar o País pelos próximos quatro anos ficaram mais atentos que nunca às novas demandas. O Supremo Tribunal Federal, respondendo ao clamor geral, fez justiça numa punição histórica a servidores públicos, políticos, banqueiros e empresários. Sem distinção de classes ou status. Pode-se dizer que a democracia, almejada há décadas e suprimida em diversas e assustadoras ocasiões, deitou raízes definitivas no Brasil, exercida em seu conceito pleno e irrestrito. É a esse quadro de mudanças que as revistas ISTOÉ, DINHEIRO e GENTE, da Editora Três, através da sua já tradicional homenagem anual aos “Brasileiros do Ano”, prestam reconhecimento. E o fazem através de personagens decisivos e representativos da sociedade brasileira. Nas várias áreas de atuação.

Um dos pressupostos editoriais de nossas publicações é a crença na liberdade, na diversidade de opiniões e na democracia, que não pode ser considerada – a exemplo do que acontecia no passado – como uma espécie de condomínio fechado de alguns poucos privilegiados. O redespertar da luta popular, a consagração da voz das ruas e o amadurecimento das instituições são conquistas de todos. A democracia, que, na definição clássica, é o governo do povo, pelo povo e para o povo, avança a passos largos por aqui. E assim a sociedade civil que fazia figuração percebeu-se forte para declinar sua vontade, movida por um sentimento digno pela transformação. Hoje, com a efervescência cívica tomando corpo e organicidade, o País é embalado para uma nova e promissora era que, não temos dúvidas, será consagrada nas urnas. Independentemente de quem saia vitorioso.