Até o final do ano os postos públicos de saúde receberão um lote maior de camisinhas. A farta distribuição será viabilizada com o lançamento do primeiro preservativo 100% brasileiro, um projeto do Ministério da Saúde. Na semana passada foi dado o primeiro passo para concretizar o plano. Uma missão do Banco Mundial esteve no Acre, juntamente com representantes do governo para visitar as futuras instalações de uma fábrica orçada em US$ 27 milhões. Ela produzirá o equivalente a um terço do consumo de preservativos masculinos no País. Ou seja, 100 milhões de unidades por ano. Criada para ser distribuída na rede pública, a camisinha nacional será feita com a borracha do Acre. Essa é uma diferença em relação aos preservativos vendidos no mercado brasileiro – cerca de 300 milhões em 1999. As multinacionais Johnson’s, Inal e Ola, que fabricam aqui, trabalham com matéria-prima de fora. Outro benefício do uso da borracha acriana é o preço por unidade: R$ 0,027 contra R$ 0,029 da importada. O governo espera que o Banco Mundial financie parte do projeto. “Mas o Ministério assumiu o compromisso de bancar o empreendimento com recursos próprios”, garante o médico Pedro Chequer, que em março troca o comando do Programa Nacional de Combate à Aids pela coordenação no Mercosul de projetos da ONU ligados à doença. Com a camisinha verde-e-amarela, além de melhorar o abastecimento dos postos de saúde, o governo poderá intensificar suas campanhas de prevenção. Enquanto isso, o Ministério da Saúde inicia finalmente a distribuição da camisinha feminina para usuárias de drogas, prostitutas e populações de baixa renda. Após quatro meses de atraso.