Mais conhecido por seu trabalho de ponta como produtor, tendo colaborado com Marina Lima e Arnaldo Antunes, entre outros, o iugoslavo Mitar Subotic, o Suba (1961-1999), era também um músico de idéias avançadas. Em São Paulo confessions, seu único CD, lançado com elogios na Europa há quase um ano e só agora disponível em edição nacional, Suba promove um sofisticado casamento de ritmos brasileiros e sonoridades digitais. O resultado lembra uma espécie de trip hop tropical, aquele gênero de música eletrônica de andamento mais lento e jazzístico.

Fera em programações eletrônicas, Suba – que morreu asfixiado pela fumaça causada por um incêndio no seu apartamento, em São Paulo – cuidou dos teclados, juntando-se a convidados como o violonista André Geraissati e os guitarristas Roberto Frejat e Edgar Scandurra. Para os vocais, selecionou cantoras novatas como as ótimas Cibelle e Katia B., sem esquecer de Taciana, sua ex-mulher, todas elas afinadas com a dicção cool que combina tão bem com as canções mais intimistas. Existe até uma releitura tipo exportação de Felicidade, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, que não chega a comprometer. Além da bossa nova, elementos de samba, embolada e outros ritmos regionais brasileiros são modernizados por diabólicas técnicas de estúdio. É de longe o melhor disco do gênero já feito no Brasil.