Nem mesmo o mais competente estrategista de marketing teria ousado algo semelhante. Na quarta-feira 17,
às vésperas da estréia mundial de
O Escorpião rei (The Scorpion king, Estados Unidos, 2002) – cartaz nacional a partir da sexta-feira 26 –, egiptólogos da Universidade de Yale anunciaram a descoberta de uma placa de calcário com indícios da verdadeira existência do personagem. Melhor propaganda, impossível. Até então, o rei Escorpião da lenda só havia aparecido brevemente nas telas no início e no final de O retorno da múmia. Vivido por Dwayne Johnson, mais conhecido como The Rock – um monossilábico armário de 1,95 m, campeão de luta livre idolatrado nos Estados Unidos –, o rei Escorpião do cinema parece um filho de Steven Seagal com o mesmo cabelo implantado e uma terrível mania de erguer as sobrancelhas.

De acordo com a lenda, agora a um passo de se tornar realidade, o monarca foi responsável pela união das tribos nômades egípcias, dando origem ao regime dos faraós. A placa encontrada na semana passada pelo casal John e Deborah Darnell tem 5.250 anos, o que a torna o mais antigo registro escrito encontrado. Tais dados casam à perfeição com o resumo do personagem de The Rock. Ele é Mathayus, o tal rei Escorpião, um mercenário contratado para matar Memnon (Steven Brand), guerreiro sanguinário que prevê movimentos inimigos através da magia. Quando descobre que o poder visionário pertence a Cassandra (Kelly Hu), mantida prisioneira pelo vilão, o herói decide salvá-la contando com o inevitável fiel companheiro Balthazar (Michael Clarke Duncan) e o trapalhão engraçadinho Arpid (Grant Heslov). Ou seja, nada que não tenha sido visto antes. Com a diferença de que o diretor Chuck Russell hoje tem a história ao seu lado.