29 Set (Reuters) – Um dos coordenadores da campanha à reeleição de Jair Bolsonaro (PL), o ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Fabio Wajngarten, publicou em sua conta no Twitter vídeo em que o atacante Neymar dubla música que pede voto no presidente.

“Tá dado o recado. Muito obrigado, @neymarjr”, escreveu Wajngarten na publicação com o vídeo nesta quinta-feira.

Na véspera, Bolsonaro visitou o Instituto Neymar Jr., na Praia Grande, litoral de São Paulo. Neymar, que na terça participou de amistoso da seleção brasileira contra a Tunísia, em Paris, chegou a enviar um vídeo agradecendo a visita, mas não manifestou apoio à reeleição de Bolsonaro naquele momento.

24 HORAS

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu 24 horas para que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, explique o documento divulgado pela campanha de Bolsonaro que afirmou haver “riscos elevados” de quebra de segurança do sistema eleitoral.

O TSE já havia afirmado em nota que as alegações eram falsas, antidemocráticas e com o intuito de atrapalhar as eleições no próximo domingo. Agora o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Benedito Gonçalves, pediu informações sobre o uso de recursos públicos que levaram à contratação dos serviços que resultaram no documento do partido.

Em tese, o tribunal poderá punir o partido de Bolsonaro por mau uso do recurso com a contratação dessa auditoria que tentou colocar em dúvida e sem evidências, segundo o TSE, a segurança do sistema de voto por meio das urnas eletrônicas.

O MUNDO ESTÁ OLHANDO

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou em sua conta no Twitter um vídeo do senador norte-americano Bernie Sanders, que já tentou disputar a Presidência dos Estados Unidos, no qual ele destaca a importância da eleição presidencial brasileira e diz que o mundo estará observando o pleito na expectativa de que o resultado, seja qual for, seja respeitado por todos os envolvidos.

“Eu quero que vocês saibam o quão importante a eleição de vocês é, não somente para o povo brasileiro, mas para todos aqueles que se importam e respeitam a democracia”, afirma Sanders. “O mundo está observando essas eleições e é crucial que as vozes do povo brasileiro sejam ouvidas e, qualquer que seja o resultado, ele seja respeitado pelas pessoas de todas as ideologias políticas.”

Na véspera, o Senado dos Estados Unidos aprovou uma resolução instando o governo brasileiro a garantir uma eleição “livre, justa, confiável, transparente e pacífica” e pedindo às autoridades norte-americanas que reconsiderem seu relacionamento com qualquer governo que chegue ao poder no Brasil por meios antidemocráticos, incluindo um golpe militar.

NÃO TEVE GOLPE…

Ex-adversário político do PT e de Lula, o candidato a vice-presidente na chapa petista, Geraldo Alckmin (PSB), deu nesta quinta-feira em sabatina ao portal UOL e ao jornal Folha de S.Paulo declaração que vai contra o que afirma o ex-presidente e seu partido. Para o neoaliado, a ex-presidente Dilma Rousseff, cassada em 2016 em um impeachment, não foi vítima de um golpe.

“Você não pode dizer que foi golpe, porque quem presidiu foi o Supremo Tribunal Federal. Se perguntar: ‘foi injusto?’, eu acho que foi, foi injusto, porque na realidade a Dilma é uma pessoa correta, honesta”, disse Alckmin, que fez elogios à ex-presidente.

“Eu sempre gostei da Dilma, do jeito dela de ser.”

…E NÃO VAI TER GOLPE

Na mesma sabatina, Alckmin também disse não acreditar na possibilidade de golpe de Estado caso Bolsonaro seja derrotado, ao mesmo tempo que disse que seria melhor para o país se Lula conquistar o terceiro mandato já no primeiro turno, no domingo.

“Não vejo clima para isso (golpe), e também essa contestação de urna eletrônica, ela é meio ridícula, porque o Bolsonaro foi eleito cinco vezes pela urna eletrônica, agora ela não funciona mais?”, disse, acrescentando ver “muito blefe” nas insinuações do presidente.

“Acho que é melhor para o Brasil (vencer no primeiro turno) porque sai dessa confusão, briga, de repente pode ter morte, pode ter acidente, pode acontecer tragédia. É melhor para o povo, dá mais tempo de você organizar, é melhor para economia. Você já tem mais tempo para preparar”, avaliou.

PASSE LIVRE

Com a abstenção entre eleitores mais pobres apontada como o fiel da balança para as possibilidades de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencer em primeiro turno, dois prefeitos de capitais adotaram medidas distintas em relação ao transporte público no dia da eleição.

Enquanto Sebastião Melo (MDB), de Porto Alegre e mais alinhado ao presidente Jair Bolsonaro, decidiu que não haverá passe livre nos ônibus da capital gaúcha no domingo, Eduardo Paes (PSD), do Rio de Janeiro e que tem proximidade com Lula, anunciou no Twitter que a passagem será gratuita no sistema de transporte da cidade das 6h às 20h para quem apresentar título de eleitor.

Um dos coordenadores da campanha de Lula, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) recorreu ao Supremo Tribunal Federal para que o transporte público seja gratuito no dia da eleição em todas as cidades do país.

(Reportagem de Eduardo SimõesEdição de Alexandre Caverni)

 

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