HARARE, 21 NOV (ANSA) – O partido da União Nacional Africana do Zimbábue – Frente Patriótica (Zanu-PF) apresentou nesta terça-feira (21) uma moção ao Parlamento para iniciar o processo de destituição do presidente Robert Mugabe.   

A moção também é apoiada pelo partido de oposição do governo Mdc. De acordo com a imprensa local, ainda não está claro em quanto tempo ocorrerá o processo para retirar o chefe de Estado em exercício mais velho da história. No entanto, o vice-secretário para Assuntos Legais do governo, Paul Mangwana, informou que os procedimentos parlamentares do impeachment devem durar “apenas dois dias”. No último domingo (19), o Zanu-PF anunciou a destituição do então presidente do cargo. A sigla governista ainda deu um ultimato de 12 horas, que venceu ontem, para que ele renunciasse ao posto para evitar um processo de impeachment no Parlamento.   

Apesar da ordem, o ditador de 93 anos fez um pronunciamento na TV dizendo que não iria deixar o cargo e que iria liderar o Parlamento do país.   

Entenda o caso – Mugabe está em prisão domiciliar desde o dia 15 de novembro após as Forças Armadas darem uma espécie de “golpe” no governo. A ação, que os militares negam ser um golpe de Estado, foi uma resposta à destituição do então vice-presidente, Emmerson Mnangagwa.   

O presidente acusava seu vice de ter um plano para tirá-lo do poder e, por conta disso, demitiu outros 100 funcionários do governo e expulsou Mnangagwa do Zanu-PF. No entanto, a manobra foi vista como uma forma de Mugabe se perpetuar no poder através da posse de sua esposa, Grace, no cargo de mandatária.   

Nascido em 1924, Mugabe assumiu o cargo de premier na primeira eleição do Zimbábue após o fim da ocupação britânica, em 1980, e depois virou presidente. Ele não fez nenhum sucessor e afirmou por diversas vezes que iria governar o país “até morrer”.(ANSA)