Não há dúvida em Brasília de que, a despeito do protagonismo de Baleia Rossi na presidência nacional, quem manda no MDB é Michel Temer – é, no mínimo, o cacique que mais converge os projetos eleitorais de diferentes correntes no maior partido municipalista brasileiro. Em outra ponta, mesmo que surrado por parte da política e do Judiciário, é inegável o carisma nacional do ex-juiz e senador Sergio Moro (União-PR) e a sua vitrine nacional que o cargo partidário agora lhe confere.

Ciente disso, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema – já apontando como um potencial candidato a presidente pelo Novo em 2026 – tratou de fazer as aproximações necessárias, mesmo que em agendas oficiais.

O senador Moro e o ex-presidente Michel Temer (MDB) foram os dois principais convidados do Governo mineiro entre as autoridades políticas agraciadas no último feriado do dia 21 com a tradicional Medalha da Inconfidência em Ouro Preto. Moro e Temer já protagonizaram embates sobre a Operação Lava Jato – em modo discreto, pelos seus perfis.

Há quem veja no gesto do governador Romeu Zema a 1ª tentativa de aproximação com o MDB para abrir diálogo sobre potencial candidatura a presidente. Minas é uma vitrine nacional, no Sudeste, e o 2º maior colégio eleitoral do Brasil – um dos fiéis da balança na rota para o Palácio do Planalto. Enquanto Temer é o chefão extraoficial do MDB, Moro, embora ainda não agregue politicamente, é um potencial “cabeça de chapa” ou um nome plausível para ser vice de muitos partidos.