Zelensky rebate Trump: ‘É Putin que mata crianças no parquinho’

ROMA, 7 JUN (ANSA) – O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, rebateu uma declaração de seu homólogo nos Estados Unidos, Donald Trump, que comparou os dois países em guerra a “duas crianças que brigam no parquinho” e que “de vez em quando, é melhor deixá-las brigar um pouco”.   

“Não somos crianças no parquinho. [O presidente russo, Vladimir] Putin é um assassino que veio a este parque para matar crianças”, declarou Zelensky durante entrevista a ABC News publicada na última sexta-feira (6).   

Já neste sábado (7), a Rússia acusou a Ucrânia de ter postergado uma troca de prisioneiros em larga escala e a repatriação dos corpos de soldados mortos, acordadas durante a segunda rodada de negociações em Istambul, ocorrida no último dia 2. Segundo Moscou, seus representantes levaram “a primeira parte dos cadáveres de soldados ucranianos, ou seja, 1.212 corpos, ao local da troca, mas ninguém da parte de Kiev fez contato hoje”.   

“O lado ucraniano adiou inesperadamente e por tempo indeterminado tanto a repatriação dos corpos quanto a troca de prisioneiros de guerra”, disse nas redes sociais o negociador-chefe de Moscou, Vladimir Medinsky.   

No entanto, a Ucrânia negou as acusações e revidou o ataque nas redes sociais, dizendo que o Kremlin “joga sujo”.   

“As declarações de hoje do lado russo não correspondem à realidade sobre os últimos acordos da troca de prisioneiros ou repatriação de corpos”, desmentiu no Telegram a Coordenação Ucraniana para o Tratamento de Prisioneiros de Guerra, acrescentando que “infelizmente, ao invés de um diálogo construtivo, nos encontramos ainda diante de manipulações e de tentativas de instrumentalizar delicadas questões humanitárias”.   

“Convidamos a parte russa a colocar fim no jogo sujo e a fazer um trabalho construtivo”, concluiu a representação do governo Zelensky.   

Por sua vez, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, ao ser questionado hoje durante coletiva de imprensa na França sobre o confronto no leste europeu, sugeriu que o acordo de paz entre as partes seja conduzido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e por um grupo de países, incluindo potências emergentes.   

“Acho que os dois líderes [Zelensky e Putin] estão com dificuldades em dizer seus limites. Então é necessário que um grupo liderado pela ONU apresente uma proposta sensata a ambos.   

O que irá restar a cada um, eles sabem. Tenho certeza que Putin sabe”, falou Lula. (ANSA).