Zelensky diz que EUA propôs negociações entre Ucrânia e Rússia para encerrar guerra

Presidente da Ucrânia considera Casa Branca única alternativa para construção de trégua entre as nações

Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia Foto: AP

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse neste sábado, 20, que o governo dos Estados Unidos propôs as primeiras negociações cara a cara entre Ucrânia e Rússia em meio ano, enquanto diplomatas se reuniam em Miami para relançar conversas destinadas a encerrar a guerra.

O enviado russo Kirill Dmitriev anunciou neste sábado que estava a caminho dessa cidade da Flórida, onde já se encontram representantes ucranianos e europeus, além do enviado especial americano Steve Witkoff e do genro do presidente Donald Trump, Jared Kushner, que atuam como mediadores.

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Zelensky disse que Washington “propôs o seguinte formato: Ucrânia-Estados Unidos-Rússia”. Ele acrescentou que os representantes europeus poderiam estar presentes, e que “seria lógico manter essa reunião conjunta”.

Há mais de um mês, a Casa Branca propôs um plano para encerrar a guerra. O texto era visto como amplamente favorável às demandas do Kremlin pela Ucrânia e aliados europeus e foi revisado após consultas com Kiev.

Os detalhes da nova versão não são conhecidos, mas, segundo Zelensky, ela envolve concessões territoriais por parte da Ucrânia em troca de garantias de segurança ocidentais.

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Zelensky disse acreditar que apenas os EUA seriam capazes de persuadir a Rússia a encerrar a guerra, e pediu a Washington que aumente a pressão sobre Moscou. “Acho que não deveríamos buscar alternativas”, afirmou.

O líder ucraniano considerou que Washington deve “exercer um pouco mais de pressão sobre a Rússia” para deter o conflito. “Os Estados Unidos devem deixar claro que, se não houver via diplomática, haverá pressão total.”

Witkoff e Kushner se reuniram na Flórida com o negociador-chefe da Ucrânia, Rustem Umerov, e representantes da França, do Reino Unido e da Alemanha. A participação de russos e europeus nessas negociações representa um avanço em relação à etapa anterior, na qual os Estados Unidos negociaram separadamente com cada lado, em locais diferentes.

Moscou não vê com bons olhos a participação dos aliados europeus de Kiev, por considerá-la um obstáculo à paz.