O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que vai respeitar o cessar-fogo de Páscoa anunciado unilateralmente pelo seu homólogo da Rússia, Vladimir Putin, mas desde que Moscou cumpra a trégua.
Além disso, prometeu estender a cessação dos combates e acusou o país vizinho de manter os ataques contra o território ucraniano.
“Se a Rússia agora está pronta a se empenhar em um regime de silêncio total e incondicional, então a Ucrânia agirá imitando as ações russas. Silêncio em resposta ao silêncio, ataques defensivos em resposta a ataques”, disse Zelensky.
Putin anunciou um cessar-fogo de 30 horas entre 12h deste sábado (19) e 18h de domingo (20) – sempre pelo horário de Brasília – e alegou motivos “humanitários” devido ao período de Páscoa, celebração que, em 2025, será comemorada na mesma data por católicos e ortodoxos.
“Se um cessar-fogo completo se concretizar, a Ucrânia propõe estendê-lo para além da Páscoa. Isso revelará as verdadeiras intenções russas, porque 30 horas servem para virar notícia, mas não para reais medidas de aumento da confiança. 30 dias poderiam dar uma possibilidade à paz”, acrescentou o presidente ucraniano, que já concordou com uma trégua de um mês proposta pelos EUA, iniciativa rejeitada por Moscou.
Zelensky também relatou que “as operações de assalto” da Rússia “continuam em diversos setores” da linha de frente, enquanto ataques com drones foram registrados na província de Kherson após o horário de início do cessar-fogo.
“Sabemos bem como Moscou manipula e estamos preparados para tudo. Cada ataque russo encontrará uma resposta adequada”, assegurou o presidente.
A União Europeia também se pronunciou sobre a trégua e disse que a Rússia tem “precedentes como agressora”. “A Rússia poderia encerrar essa guerra a qualquer momento, se quisesse isso de verdade. Continuamos a apoiar a Ucrânia por uma paz longa, justa e completa”, ressaltou Anitta Hipper, porta-voz do Executivo da UE para Relações Exteriores.
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores e vice-premiê da Itália, Antonio Tajani, afirmou que “todos os sinais rumo à paz são importantes”, mas cobrou de Putin um “verdadeiro cessar-fogo”. “A paz deve ser justa e duradoura no tempo”, acrescentou.