Zelensky critica encontro entre Trump e Putin no Alasca

ROMA, 9 AGO (ANSA) – O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, criticou neste sábado (9) o anúncio da cúpula entre os líderes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, marcada para o próximo dia 15 de agosto, no Alasca.   

Os dois mandatários vão se reunir sem a presença do líder ucraniano, em meio aos esforços para alcançar um cessar-fogo na guerra deflagrada pela Rússia desde fevereiro de 2022.   

“A Ucrânia está pronta para tomar decisões concretas que possam levar à paz. Qualquer decisão contra nós, qualquer decisão que exclua a Ucrânia, é ao mesmo tempo uma decisão contra a paz e não levará a nada”, escreveu Zelensky em suas redes sociais.   

Segundo ele, “estas decisões mortas, nunca funcionarão” e “todos nós precisamos de uma paz real e viva, que as pessoas respeitem”. Além disso, afirmou que o local do encontro está “muito longe da guerra”.   

Zelensky explicou ainda que “os ucranianos estão defendendo o que é deles” e “mesmo aqueles que apoiam a Rússia sabem que ela está causando danos”.   

“Obviamente, não daremos à Rússia nenhuma compensação pelo que ela fez. O povo ucraniano merece a paz. Mas todos os parceiros devem entender o que é uma paz digna. Esta guerra deve acabar, e a Rússia deve acabar com ela. A Rússia a começou e a está arrastando, sem respeitar nenhum prazo, e esse é o problema, nada mais”, acrescentou.   

De acordo com reportagens do Wall Street Journal, Putin apresentou ao governo Trump uma proposta de cessar-fogo que inclui concessões territoriais significativas de Kiev e um compromisso com o reconhecimento global de suas reivindicações.   

No entanto, para Zelensky, a resposta para a questão territorial do país já está na Constituição da Ucrânia” e “ninguém se desviará dela”, principalmente porque os “ucranianos não entregarão suas terras ao ocupante”.   

Paralelamente, o presidente ucraniano iniciou hoje uma rodada de contatos com seus aliados mais próximos, incluindo o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o presidente francês, Emmanuel Macron.   

Em publicação no X, Zelensky enfatizou que a Ucrânia e seus aliados europeus “estão prontos para fazer os esforços mais produtivos possíveis para uma paz real”. (ANSA).