O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, reuniu-se nesta quinta-feira (10) em Paris com o presidente francês, Emmanuel Macron, no âmbito de uma frenética viagem pela Europa, em busca de renovar os apoios antes das eleições americanas.

O centro-direitista Macron recebeu no Palácio do Eliseu, sede da Presidência, o seu homólogo ucraniano, que horas antes discutiu em Londres com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, o seu “plano para a vitória” da Ucrânia.

O presidente ucraniano foi recebido pelo chefe do governo trabalhista no número 10 de Downing Street, onde, após uma reunião bilateral, juntou-se ao encontro o novo secretário-geral da Otan, Mark Rutte.

Starmer disse ao líder da Aliança Atlântica que ele e Zelensky discutiram o “plano para a vitória” da Ucrânia na sua luta contra a invasão russa, que começou em fevereiro de 2022.

O objetivo é “criar condições para um fim justo da guerra”, declarou o líder ucraniano, citado em um comunicado do seu gabinete. “A Ucrânia só pode negociar a partir de uma posição forte”, acrescentou.

Este plano, até então muito vago, deveria a princípio ser revelado em uma cúpula de paz no mês de novembro, em data a ser definida.

“A questão aqui é a Ucrânia, mas também a defesa do Ocidente e como permanecemos seguros”, disse Rutte, que prometeu manter a questão ucraniana entre suas prioridades e visitou Kiev na semana passada, dois dias após assumir o cargo.

Em Roma, Zelensky deverá reunir-se à noite com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni. Na manhã de sexta-feira, o papa Francisco o receberá no Vaticano.

O presidente ucraniano encerrará a sua viagem europeia na sexta-feira em Berlim, onde se encontrará com o chanceler social-democrata Olaf Scholz, em um momento em que a Alemanha planeja reduzir pela metade o montante atribuído à ajuda militar bilateral à Ucrânia em 2025.

Embora uma reunião dos parceiros militares de Kiev estivesse inicialmente marcada para sábado na base de Ramstein, na Alemanha, foi adiada porque o presidente americano, Joe Biden, deve permanecer nos Estados Unidos para supervisionar o dispositivo utilizado contra o furacão Milton.

Uma obrigação urgente para Biden e um revés para Zelensky, que teme uma redução da ajuda financeira e militar à Ucrânia caso o republicano Donald Trump vença a democrata Kamala Harris nas eleições presidenciais em 5 de novembro.

– Ocidente pode reduzir sua ajuda –

Durante sua visita, o presidente ucraniano reiterará seu pedido de armas e equipamento militar, em um momento muito delicado para o seu país.

Não só o Exército russo continua a ganhar terreno em Kiev, na frente oriental, nos últimos meses, mas a ajuda ocidental também poderá reduzir consideravelmente, alertou o Instituto Kiel nesta quinta-feira.

“A partir do próximo ano, a Ucrânia poderá enfrentar uma redução significativa da ajuda”, publicou em um comunicado o instituto alemão, que monitora a ajuda militar, financeira e humanitária prometida e efetivamente entregue à Ucrânia.

Uma possível vitória eleitoral de Trump “poderia bloquear futuros planos de ajuda no Congresso”, alertou o Instituto Kiel.

O presidente Zelensky vem pressionando seus aliados ocidentais nos últimos meses contra sua relutância em lançar mísseis de longo alcance, o que permitiria à Ucrânia atingir alvos distantes em território russo.

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