ROMA, 25 SET (ANSA) – O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky ameaçou atacar o Kremlin se o governo do líder russo, Vladimir Putin, não encerrar a guerra deflagrada contra o seu país desde fevereiro de 2022.
Em entrevista por vídeo ao site Axios, divulgada nesta quinta-feira (25), o mandatário ucraniano afirmou que, se a Rússia não terminar a guerra, as autoridades do Kremlin devem se certificar de que sabem onde fica o abrigo antiaéreo mais próximo.
Zelensky explicou que fez um pedido específico ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump: um novo sistema de armas que forçaria Putin a se sentar à mesa de negociações. Segundo ele, o republicano o apoiou explicitamente para atacar alvos russo, como infraestrutura energética e fábricas de armas.
Desta forma, o presidente da Ucrânia garantiu que, se Kiev receber armas de longo alcance adicionais dos EUA, “nós as usaremos”. No entanto, disse que só revelaria o nome deste sistema depois que as câmeras fossem desligadas.
Por outro lado, Zelensky reiterou que a Ucrânia não bombardeará civis porque “não é terrorista”, mas insinuou que centros de poder russos, como o Kremlin, são possíveis alvos.
“Eles precisam saber onde estão os abrigos antiaéreos. Eles precisam deles. Se não pararem a guerra, ainda precisarão deles.
Eles precisam saber que nós, na Ucrânia, responderemos todos os dias. Se nos atacarem, responderemos”, alertou.
O presidente ucraniano relatou que, durante a reunião no dia anterior, Trump enfatizou que Kiev deveria responder golpe por golpe aos ataques russos. “Se atacarem nossa energia, Trump diz que podemos responder com energia”, disse Zelensky.
De acordo com ele, o líder norte-americano expressou o mesmo sentimento em relação às fábricas de drones e instalações de mísseis, embora estes sejam bem defendidos.
Além disso, Zelensky observou que a Ucrânia já possui drones capazes de atingir áreas profundas da Rússia, mas também acrescentou que há um sistema de armas adicional que ele deseja obter para acelerar o fim da guerra.
Por fim, declarou que estaria pronto para renunciar após o fim da guerra com a Rússia e prometeu pedir ao Parlamento ucraniano que realize eleições caso um cessar-fogo seja alcançado.
“Se terminarmos a guerra com os russos, sim, estou pronto para não ir (às eleições), porque não é meu objetivo”, confirmou Zelensky. “Eu queria muito, em um período tão difícil, estar com meu país, ajudar meu país. Meu objetivo é acabar com a guerra, não continuar concorrendo”.
O líder ucraniano foi eleito com uma maioria esmagadora em 2019.
Se não fosse pela guerra, seu mandato de cinco anos teria terminado em maio de 2024, ano em que a eleição presidencial foi suspensa em virtude da lei marcial, imposta após o início da invasão em larga escala pela Rússia, em fevereiro de 2022.
Como resultado, a Rússia questionou repetidamente a legitimidade de Zelensky como líder. (ANSA).