O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, reconheceu, nesta terça-feira (19), que “ninguém” sabe quando vai terminar a guerra na Ucrânia e advertiu para o “forte impacto” que teria no conflito uma eventual vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.

“Penso que ninguém sabe a resposta […] nem sequer nossos comandantes, nem nossos aliados ocidentais”, disse Zelensky, ao ser perguntado sobre quando vai terminar o conflito entre Ucrânia e Rússia.

O líder ucraniano fez essas declarações em sua grande entrevista coletiva de fim de ano, na qual propôs mobilizar “450.000 ou 500.000 soldados” diante da falta de tropas do Exército no front.

Zelensky também falou sobre como as eleições americanas, previstas para novembro de 2024, podem afetar a guerra.

Ele reconheceu que o republicano Trump tem “uma personalidade diferente” da do democrata Joe Biden e que isso terá como reflexo “uma política diferente”.

“Se a política do próximo presidente, independentemente de quem seja, for distinta em relação à Ucrânia, mais fria ou mais econômica, então acredito que isso terá um forte impacto no desenvolvimento da guerra”, advertiu.

No entanto, expressou sua esperança de que Washington não faça mudanças em seu apoio militar e econômico à Ucrânia, que é essencial para Kiev na guerra com a Rússia.

As eleições presidenciais dos Estados Unidos estão previstas para o início de novembro de 2024 e muitos analistas consideram que poderiam representar um ponto de inflexão no apoio do Ocidente à Ucrânia.

Em diversas ocasiões, Trump manifestou suas reticências à ajuda que Washington fornece a Kiev.

“Tenho confiança de que os Estados Unidos não vão nos trair e vão respeitar o que foi acordado”, afirmou Zelensky.

O presidente ucraniano realizou esta coletiva depois de um ano marcado por poucos avanços do Exército ucraniano em sua contraofensiva, iniciada em junho.

Contudo, Zelensky destacou “a grande vitória” do Exército ucraniano no Mar Negro, onde, com seus ataques, as tropas de Kiev obrigaram os navios russos a recuarem e isso facilitou a criação de corredores marítimos para que a Ucrânia pudesse seguir exportando grãos.

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