O lateral-esquerdo Zé Roberto, do Palmeiras, afirmou nesta quarta-feira que o clube se tornou vítima de uma expectativa muito grande em razão dos bons resultados que conquistou e dos reforços que contratou para a temporada. O jogador mais experiente do elenco, de 42 anos, explicou que essa cobrança foi a responsável por derrubar o técnico Eduardo Baptista, mas que a pressão deve ser menor agora, com o retorno de Cuca.

O treinador campeão brasileiro no fim do ano passado passou cinco meses afastado do futebol para cuidar de problemas particulares e retornou ao posto nesta terça. “A pressão foi excessiva com o Eduardo, mas isso acabou sendo gerado pela expectativa, pelo título, pelos reforços. Com a vinda do Cuca, acho que a pressão diminui porque vocês da imprensa e os torcedores conhecem o time que o Cuca montou, como ele trabalha”, disse o lateral em entrevista coletiva nesta quarta. “Criou-se uma expectativa no sentido de o Palmeiras entrar e ter que golear, ganhar todos os jogos”, afirmou.

Eduardo Baptista deixou o elenco na última semana com 70% de aproveitamento em partidas oficiais, em anúncio que não foi surpresa para Zé Roberto. “Não foi algo que nos pegou desprevenidos. É corriqueiro. Acontece em outros clubes também, essa troca. Isso é mais voltado para a mentalidade do futebol brasileiro e pela forma que o resultado não aparece. Joguei na Europa e lá é difícil trocar de treinador”, afirmou.

O lateral contou que Cuca voltou muito motivado ao trabalho no Palmeiras e terá, além de mais compreensão com os resultados, a vantagem de conhecer o elenco com o qual trabalhou entre março e dezembro do ano passado. A reestreia será no domingo, quando o time recebe o Vasco, no Allianz Parque, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro.

“Ter alguma impaciência da torcida é normal. Quem vai ao estádio sabe que, independentemente de quem vai jogar, o time pode ganhar, pois tem qualidade. O torcedor nos apoia de forma diferente”, disse o veterano. “Ano passado fomos campeões. Essa conquista nos deu muita coisa e nos fez aprender. Estamos preparados para pressão e cobrança”, completou.

A troca de comando se deu depois de dois tropeços seguidos. A eliminação na semifinal do Campeonato Paulista, diante da Ponte Preta, antecedeu a primeira derrota pela Copa Libertadores. No dia seguinte aos 3 a 2 sofridos na Bolívia, contra o Jorge Wilstermann, Baptista deixou o cargo.