Amigo e ex-advogado de Lula, alçado a ministro do Supremo por ordem e graça de Sua Santidade o Presidente, Cristiano Zanin “causou” nesta quinta-feira (24) por votar contra a descriminalização do porte de drogas. Explico.

A turma de esquerda, dita “progressista”, é historicamente favorável à pauta, e esperava do amigão do L que… fizesse o L. Mas o moço não fez, e agora é alvo da fúria extremista, tal qual ocorre do lado de lá do balcão.

Quando um ministro indicado por Bolsonaro vota desconforme o esperado pela tigrada, imediatamente se torna comunista e é convidado a se mudar para Cuba ou Venezuela. Zanin descobriu que é fascista, genocida e bolsonarista, coitado.

Porém, ninguém pode acusá-lo de “vender gato por lebre”. Durante a sabatina obrigatória por que passam os candidatos ao STF no Senado, o então advogado deixou claras suas aspirações, digamos, conservadoras. Fez arminha, hehe.

Ele parece contrário ao pensamento das esquerdas sobre drogas, gênero, aborto e o tal “princípio da insignificância”. E vocês sabem: não pensa comigo é meu inimigo! Por isso a reação em cadeia (contrária) nas redes sociais.

Irônica, contudo, é a posição da direita, ainda que esperada. O olhar desconfiado sobre Zanin deu lugar a elogios entusiasmados: “exemplo de consevador; pai de família; verdadeiro cristão”. Comemora-se, inclusive, a “independência” do magistrado. Çey.