A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) já teve o passaporte apreendido em 2023, durante as investigações sobre a invasão aos sistemas eletrônicos do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) — processo no qual foi condenada a 10 anos de prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Mas o documento foi devolvido por decisão da própria Corte.
Na manhã desta terça-feira, 3, a parlamentar anunciou que deixou o Brasil há alguns dias. Em um pronunciamento numa rádio bolsonarista, Zambelli disse que foi para a Europa para cuidar da saúde e afirmou que vai pedir uma licença não remunerada da Câmara dos Deputados.
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Como o passaporte tinha sido devolvido, a parlamentar não tinha restrições para deixar o País. Além da condenação pela invasão ao CNJ, Zambelli é ré por empunhar uma arma contra um homem na véspera do segundo turno das eleições de 2022. O julgamento desse caso está parado devido ao pedido de vista do ministro Nunes Marques, porém, já havia formado maioria entre os ministros para condená-la.
Carla Zambelli foi denunciada pelo Ministério Público Federal por ter coordenado junto ao hacker Walter Delgatti um ataque ao sistema de Poder Judiciário. Durante a ação, segundo as investigações, foi emitido um falso mandato de prisão contra o ministro do STF Alexandre de Moraes. O documento dizia: “Expeça-se o mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L”.
A saída do Brasil, no entanto, pode levar o STF a adotar algumas imposições, como medidas cautelares, incluindo uma nova retenção do passaporte.
Por meio de nota, o advogado Daniel Bialski afirmou que apenas foi comunicado da ida de Zambelli ao exterior por meio da assessoria da parlamentar.
“Eu fui apenas comunicado pela Deputada que estaria fora do Brasil para dar continuidade a um tratamento de saúde. Todavia, por motivo de foro íntimo, estou deixando a defesa da Deputada, como já lhe comuniquei. Agora, detalhes sobre ela devem ser requisitados à Karina, assessora da Deputada”, completou.