Zambelli tem prisão mantida pela Justiça da Itália

Lula Marques/ EBC
Foto: Lula Marques/ EBC

A Justiça italiana decidiu manter a prisão da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP), detida no país europeu em 29 de julho.

A Corte de Apelação da Itália considerou haver “grau máximo” de perigo de fuga caso a parlamentar seja solta. A Justiça também considerou que Zambelli tem boas condições de saúde para continuar na penitenciária de Rebibbia, em Roma, e não ser enviada à prisão domiciliar.

A defesa da deputada citou “inconformidade” e alegou que a decisão “baseia-se em pressupostos equivocados e dissociados da realidade”. Segundo escreveu o advogado Fabio Pagnozzi em nota oficial, o estado clínico de Zambelli teria sido ignorado pela Justiça italiana e as justificativas para a prisão foram consideradas “frágeis”.

“Registre-se, ainda, que tais fundamentos frágeis vêm sendo construídos sob o pano de fundo de uma pressão indevida exercida pelo Governo brasileiro, pautada em desinformações e narrativas distorcidas que buscam influenciar indevidamente a jurisdição italiana”, disse o comunicado.

Também foi confirmado que a defesa entrará com um recurso para rever a deliberação e apresentará um novo pedido de revogação da prisão. Conforme alega a mensagem, o júri italiano que decidiu por manter a detenção de Zambelli possuía uma composição transitória, que não reflete o posicionamento ordinário e definitivo da Corte de Apelação.

“Ressalte-se que a decisão […] foi proferida pela chamada Sezione Feriale, composta por magistrados designados apenas para o recesso de agosto, sem vínculo específico com o processo da Deputada e sem integrar o corpo de juízes titulares da Corte”, finalizou.

Zambelli atrás das grades

A deputada bolsonarista foi condenada a 10 anos de prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal), em maio, por coordenar uma invasão hacker ao sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para emitir um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes.

Em junho, anunciou que deixaria o Brasil rumo à Itália, onde tem cidadania, o que provocou a expedição de uma ordem de prisão contra ela. Após a fuga, Zambelli teve o nome incluído na difusão vermelha da Interpol e passou a ser procurada fora do país.