A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) fez uma publicação nesta segunda-feira, 19, em que pediu Pix aos seguidores para arcar com os custos de multas de processos em que foi condenada.
Na quarta-feira, 14, o STF (Supremo Tribunal Federal) sentenciou a parlamentar a dez anos de prisão e ao pagamento de R$ 2 milhões em danos morais por uma invasão ao sistema eletrônico do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ocorrida em 2023.
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Zambelli escreveu que fez a postagem com “coração apertado”, mas também com “coragem para enfrentar tudo de cabeça erguida”. “Fui condenada a pagar multas milionárias”, pontuou a parlamentar.
“Antes mesmo do fim do processo, a Justiça já pode exigir esse pagamento — e eu não tenho como arcar sozinha com isso”, afirmou a deputada, pedindo ajuda aos seguidores. “Essa é uma batalha por todos nós.”
A publicação é acompanhada por um vídeo em que Zambelli alega não ter cometido nenhum crime e sofrido uma perseguição política do STF. A deputada também comentou sobre o caso em que foi condenada por porte ilegal de arma de fogo após perseguir um homem com uma pistola na véspera do segundo turno das eleições de 2022.
Ainda, a parlamentar disse que é alvo de ao menos 20 processos por fake news no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). “Por exemplo, a última, eu tomei um processo de R$ 44 mil que eu paguei semana passada e meu pai teve que vender o carro dele para me ajudar”, relatou a parlamentar.
“Não está fácil minha situação. Vivo com meu salário de deputada, que não é baixo, mas com essa quantidade de multas fica impossível”, afirmou Zambelli.
Condenação por invasão ao sistema do CNJ
A Primeira Turma do STF condenou por unanimidade a deputada federal Carla Zambelli a dez anos de prisão por uma invasão ao sistema eletrônico do CNJ, ocorrida em 2023.
Na mesma decisão também foi determinada a perda do mandato da parlamentar após o fim de todos os recursos e o pagamento de R$ 2 milhões em danos morais coletivos.
Conforme denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), Zambelli foi a autora intelectual da invasão do CNJ para emissão de um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Segundo as investigações, o hackeamento foi executado por Walter Delgatti Neto, que é réu confesso condenado a oito anos e três meses de reclusão.
Conforme a PF (Polícia Federal), Delgatti teria usando “credenciais falsas obtidas de forma ilícita para inserir os documentos fraudados nos bancos de dados do Judiciário Federal”.
Para a ação, que ocorreu em janeiro de 2023, ele teria recebido um texto entregue pela própria Zambelli. O hacker apresentou à polícia extratos bancários que comprovariam repasses feitos por pessoas ligadas à deputada, totalizando ao menos R$ 13,5 mil.
Em seu depoimento, ele ainda acusou Zambelli de pedir que ele hackeasse Moraes a fim de obter “conversas comprometedoras”.