SÃO PAULO, 27 DEZ (ANSA) – A ex-deputada brasileira Carla Zambelli teria sido agredida duas vezes na Itália durante o período em que segue detida em Roma, enquanto aguarda o parecer da Justiça local sobre sua extradição. A informação é do senador Magno Malta e foi confirmada pela defesa da ex-parlamentar.
Malta revelou o caso durante o culto “Grande Clamor pelo Brasil”, realizado na última segunda-feira (22). Na ocasião, ele afirmou que Zambelli, presa na Europa desde julho, teria sido alvo de detentas por três vezes. Posteriormente, em entrevista ao Estadão, ele corrigiu a informação, dizendo que foram duas agressões.
“Nós estamos aqui para orar por Carla Zambelli. Entramos no maior presídio feminino do mundo para visitá-la. Perseguida política. Crime de opinião. Está lá. Ela já tinha apanhado três vezes de detentas quando nós fomos visitá-la. Quando ela nos viu, ela ficou congelada”, declarou Malta durante o culto.
De acordo com relatos do senador ao jornal, as agressões ocorreram antes da visita de parlamentares brasileiros a Zambelli em setembro, que além dele, incluíram os também senadores Flávio Bolsonaro, Damares Alves e Eduardo Girão.
Malta afirmou ainda que Zambelli comentou sobre os dois episódios de agressões, mas como não houve ferimentos ou escoriações, ela não denunciou as ocorrências às autoridades italianas.
O advogado da ex-deputada Fabio Pagnozzi confirmou as declarações de Malta.
“Acho que a Carla manteve isso internamente”, afirmou o defensor, explicando que mudanças de detentas nas celas teriam gerado instabilidade, já que “algumas a estranhavam”.
Após ser condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Zambelli, que tem cidadania italiana, fugiu para Roma, onde foi detida em julho. Desde então, ela aguarda o parecer da Justiça local sobre o pedido de extradição solicitado pelas autoridades brasileiras. A próxima audiência sobre o caso está agendada para 20 de janeiro.
No último 14 de dezembro, a Câmara dos Deputados anunciou que a então deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) renunciou ao mandato. (ANSA).