A Corte de Apelação de Roma adiou na quinta-feira (18), pela terceira vez, a decisão sobre a extradição da ex-deputada ítalo-brasileira Carla Zambelli. A nova audiência para a Justiça italiana deliberar sobre o caso está agendada para 20 de janeiro.
O adiamento atende a um pedido da defesa de Zambelli que pediu mais tempo para analisar os documentos enviados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que teriam sido recebidos por seus advogados apenas em 17 de dezembro.
O material do STF revela detalhes sobre as condições da Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF), conhecida como Colmeia, onde a ex-parlamentar cumprirá pena caso a Itália decida por sua extradição. No início do mês, a Justiça de Roma solicitou ao STF um parecer com o intuito de esclarecer dúvidas sobre o sistema penitenciário brasileiro, incluindo o local onde Zambelli ficará em reclusão.
Os outros dois adiamentos sobre o caso de extradição da ex-deputada ocorreram no final de novembro, quando sua defesa aderiu a uma greve geral de advogados em Roma. Já no segundo, no início de dezembro, seus defensores apresentaram novos documentos à Corte.
Zambelli foi condenada a 10 anos de cárcere por invadir o sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Na Europa, ela já passou por três audiências de custódia e teve recursos negados pelas autoridades italianas. Além disso, a Corte de Apelação de Roma respondeu negativamente a uma solicitação de liberdade provisória ou prisão domiciliar, pois os magistrados consideraram que existem “fortes indícios de risco de fuga”.
No último domingo (14), a Câmara dos Deputados anunciou que a então deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) renunciou ao mandato. Com a decisão, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), determinou a convocação do suplente Adilson Barroso (PL-SP).