A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse nesta segunda-feira, 5, duvidar “fortemente” que o pacote de infraestrutura proposto pelo presidente norte-americano, Joe Biden, levará a uma pressão inflacionária no país. Em evento do Conselho de Chicago para Assuntos Globais, a ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) argumentou que o ambiente de taxas de juro baixas e mercado de trabalho fraco por conta da pandemia dão espaço para os EUA suportarem os estímulos sem impacto significativo na inflação.

A continuidade da política fiscal altamente expansionista da Casa Branca tem levantado, entre agentes do mercado, preocupações sobre o impacto na inflação americana.

Como resultado, a curva de juros dos Treasuries vivem uma escalada, sobretudo na ponta longa, precificando alta de preços. Além do plano voltado à infraestrutura, que ainda precisa de aval do Congresso, Biden já lançou um pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão – este em vigor após chancela do Parlamento.

Caso os pacotes de estímulos se tornem inflacionários, disse Yellen, os EUA têm instrumentos para lidar com uma eventual alta indesejada no nível de preços.

Ela ressaltou que o problema recente nos EUA e na maior parte dos países desenvolvidos tem sido inflação muito baixa, não muito alta.

“Estou otimista que os passos que damos com a vacinação contra a covid-19 e apoio fiscal trarão um mercado de trabalho mais robusto nos próximos meses”, afirmou a secretária do Tesouro.

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Quanto à recuperação da economia global, Yellen declarou que os países desenvolvidos têm demonstrado desejo de abrir mão de parte de seus saques especiais junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para ajudar na retomada de nações emergentes. “Queremos ter certeza de que as alocações do FMI darão suporte econômico aos países de menor renda”, completou.


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