Yasmin Brunet, de 35 anos, revelou no BBB24 que tem síndrome do intestino irritável (SII) e, por isso, estar na Xepa é um desafio. O relato gerou dúvidas sobre a condição e preocupou alguns participantes e parte do público.

André Augusto Pinto, cirurgião geral e cirurgião bariátrico da Clínica Gastro ABC, explica que a SII gera desconforto e distensão abdominal, dores na região, diarreia ou obstipação intestinal. As principais causas são motilidade anormal do intestino delgado ou intestino grosso, hipersensibilidade dos receptores nervosos da parede intestinal ou níveis elevados dos neurotransmissores, infecções ou processos inflamatórios intestinais, e até mesmo ansiedade e depressão.

A alimentação também tem influência na síndrome. Opções gordurosas, farinhas branca, enlatados, embutidos e alimentos ultraprocessados podem causar distensão e desconforto abdominal, bem como alteração da digestão e do hábito intestinal.

“O diagnóstico é de exclusão, por meio da história clínica do paciente, exame físico, exames de imagem e colonoscopia”, informa André. Mulheres tendem a ser as mais afetadas com a condição, que, embora possa ocorrer em qualquer idade, costuma iniciar na adolescência.

O tratamento consiste em aliviar a dor abdominal com antiespasmódicos e tratar quadros de diarreia e constipação intestinal com medicações específicas para melhorar a função dos receptores e neurotransmissores do intestino. Além disso, é importante se atentar aos alimentos que causam crises e evitar hábitos como mascar chicletes, ingerir balas, bebidas alcoólicas e cafeína. Beber água, fazer refeições em intervalos curtos, realizar atividade física e manter uma boa saúde mental também são indicados.

Quando não tratada corretamente, a SII pode se agravar. Assim, as crises tentem a ser frequentes, acarretando quadros severos de desidratação, desnutrição, anemia, má absorção de nutrientes e vitaminas. 

André orienta realizar acompanhamento médico, de preferência com um especialista e uma equipe multidisciplinar. “A cura está associada à mudança de hábito alimentar e tratamento com equipe multidisciplinar para evitar crises frequentes, mas sempre pode haver recorrência da doença e seus sintomas”, conclui André.