Yasmin Brunet fala sobre diagnóstico de lipedema e revela como perdeu 20 kg

Em conversa com a reportagem da IstoÉ Gente, o cirurgião vascular Dr. Herik Oliveira explica o caso da modelo e ex-BBB

Yasmin Brunet
Yasmin Brunet Foto: Instagram
Ao compartilhar fotos e vídeos exibindo o corpo definido em frente ao espelho, Yasmin Brunet, de 37 anos, voltou a falar sobre o diagnóstico de lipedema, condição que enfrentou nos últimos anos. A modelo e ex-BBB contou que emagreceu cerca de 20 quilos após iniciar o tratamento e destacou a importância do autocuidado. A publicação nas redes sociais também trouxe uma mensagem de incentivo para quem passa por desafios parecidos.
“Emagreci uns 20kg cuidando do meu lipedema e, principalmente, da minha saúde. Foi um processo de autocuidado, consciência e amor-próprio. Se eu consegui, você também consegue. Cuide do seu corpo. Ele é sua casa”, escreveu Yasmin no Instagram.

O lipedema, embora muitas vezes confundido com sobrepeso ou obesidade, é uma doença crônica que compromete a qualidade de vida e atinge quase exclusivamente mulheres. “É um distúrbio caracterizado pelo acúmulo anormal de gordura em áreas específicas do corpo, principalmente quadris, coxas, pernas e, em alguns casos, nos braços. Esse acúmulo causa dor, sensação de peso, sensibilidade aumentada ao toque e surgimento de manchas roxas”, explica o Dr. Herik Oliveira, cirurgião vascular da clínica Angioven e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, à IstoÉ Gente.
Segundo ele, um dos sinais mais importantes para diferenciar o lipedema de outras condições, como obesidade ou linfedema, é a preservação dos pés. “Mesmo quando há inchaço nas pernas, os pés continuam livres de gordura. Essa característica é um dos marcos clínicos que ajudam no diagnóstico da doença”, destaca.
O médico afirma que, além do impacto físico, o lipedema também gera consequências emocionais. “Muitas pacientes chegam ao consultório com autoestima abalada, após anos tentando emagrecer sem entender por que o corpo não responde às dietas ou exercícios. O diagnóstico, nesse contexto, traz alívio. Ele mostra que o problema é real e que existe tratamento”, ressalta.

Entre os principais sintomas da doença, estão:

• Acúmulo desproporcional de gordura nos membros inferiores, podendo atingir também os braços;
• Inchaço que tende a piorar ao longo do dia;
• Dor ao toque e sensação de peso nas pernas;
• Presença de celulite intensa, flacidez e manchas roxas espontâneas.

“É importante entender que o lipedema tem causa inflamatória e está associado à ação dos hormônios femininos. Por isso, tende a surgir ou se agravar em períodos de oscilação hormonal, como puberdade, gestação ou menopausa”, complementa o Dr. Herik.

Tipos de lipedema

A classificação do lipedema depende das regiões do corpo afetadas. Segundo o médico:

• Tipo I: acomete quadril e nádegas;
• Tipo II: estende-se até os joelhos;
• Tipo III: vai do quadril até os tornozelos, com preservação dos pés;
• Tipo IV: inclui também os braços;
• Tipo V: mais raro, afeta principalmente joelhos e panturrilhas.

Tratamento multidisciplinar

Apesar de não ter cura, o lipedema pode ser controlado com abordagem multidisciplinar. “O tratamento envolve acompanhamento com cirurgião vascular, endocrinologista, nutrólogo, nutricionista, fisioterapeuta e educador físico. Cada profissional atua em uma frente importante para melhorar os sintomas e a qualidade de vida da paciente”, explica.

Entre as medidas indicadas, estão:

• Drenagem linfática manual;
• Fisioterapia vascular com exercícios específicos;
• Reeducação alimentar com foco anti-inflamatório;
• Uso de meias de compressão;
• Lipoaspiração especializada em casos mais avançados.

“Nem toda paciente precisa de cirurgia. Mas, quando indicada, ela deve ser realizada por profissionais experientes, pois o objetivo é remover a gordura doente, preservando a integridade do sistema linfático”, orienta o Dr. Herik.

Ele reforça ainda que o sucesso no tratamento está ligado à conscientização e à continuidade dos cuidados. “É um processo de longo prazo. Mas, com diagnóstico correto, equipe adequada e mudanças consistentes no estilo de vida, é possível ter alívio dos sintomas e recuperar a autoestima”, conclui.

Referências Bibliográficas

Dr. Herik Wadson Antônio de Oliveira é cirurgião vascular da clínica Angioven e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.