Além do verão e dias de descanso, os feriados de final de ano são marcados por encontros e reencontros com familiares e amigos. No entanto, assim como no último ano, a preocupação com a Covid-19 segue em alta e interferindo na programação. “Potencialmente haverá o aumento da contaminação agora nas festas de final de ano, devido à aglomeração e o contato interpessoal — sem os devidos cuidados —, que podem facilitar a transmissão eventual”, alerta Alexandre Pinto, pneumologista do Hospital São Lucas Copacabana.

Para diminuir o risco da doença e realizar confraternizações seguras, especialistas indicam medidas preventivas essenciais para esta época do ano; confira a seguir:

+ As principais doenças do verão e como preveni-las

+ Especialista alerta sobre os riscos do câncer de pele neste verão e como prevenir a doença

Não se deixe levar pela empolgação

É empolgante sair da rotina e encontrar entes queridos, mas essa animação não deve deixar de lado os cuidados exigidos pelo momento pandêmico. 

“A primeira recomendação é: quem está com algum sintoma não deve ir. Lembrando que, fora a Covid-19, estamos no meio de uma epidemia de Influenza A [no Rio de Janeiro]. Portanto, quem estiver com qualquer sintoma de gripe, não deve ir para confraternizações, especialmente em locais fechados, já que há risco ainda maior de contaminar outras pessoas”, destaca Alberto Chebabo, infectologista do Sérgio Franco/Dasa.

Outro fator importante é se certificar que todos os convidados estejam vacinados contra o novo coronavírus, preferencialmente com as três doses — para quem já está recomendado — ou, pelo menos, com as duas doses do imunizante.

O especialista ainda recomenda a realização do teste RT-PCR — 48 horas antes do encontro — ou um teste de antígeno no dia, para aumentar a segurança. “É claro que um exame negativo não descarta completamente a possibilidade de uma pessoa estar contaminada, já que ela pode estar no período de incubação ou ter se infectado recentemente”, explica.

Mesmo com todas essas providências, o infectologista ainda destaca outras ações comuns que devem ser seguidas em conjunto durante os encontros, como:

• Se possível, realizar quarentena por pelo menos cinco dias; 

• Optar por encontros em locais abertos;

• Manter os ambientes ventilados, com janelas abertas para a circulação do ar;

• Fazer o uso de máscara sempre que possível e evitar aproximação com pessoas do grupo de risco sem máscara;

• Higienizar as mãos adequadamente ao chegar no ambiente e fazer uso de álcool gel — que deve estar sempre à disposição no local.

Medidas preventivas específicas para cada tipo de confraternização

O pneumologista Alexandre Pinto reforça as medidas preventivas específicas para cada tipo de confraternização comum nesta época.

Festas em família

Segundo o especialista, os encontros familiares não diminuem o risco de contaminação pelo vírus, visto que essas festas costumam contar com pessoas que moram juntas e podem não saber se estão contaminadas.

“Minha recomendação é que estejam todos vacinados e que rotineiramente usem máscara. Além disso, estejam assintomáticos. Vale lembrar que essas recomendações diminuem a chance contaminação, mas não quer dizer que desapareça”.

Confraternizações corporativas

O controle é ainda mais difícil em festas maiores, como confraternizações corporativas. A recomendação do médico é que seja feita em local aberto, seguindo todas as medidas preventivas. “O objetivo é minimizar o contato interpessoal. É preciso manter o distanciamento, uso de máscara e a vacinação em dia, para proteção adicional”, ressalta.

Viagens

Os cuidados devem prevalecer durante as viagens. Pinto reforça que alguns países estão exigindo teste molecular para entrada no território, enquanto algumas companhias áreas aumentaram o espaçamento das poltronas nas aeronaves, além da obrigatoriedade da máscara em todo o percurso e esquema vacinal completo.

“A quarentena varia de país para país. Ela é determinada sempre na chegada ao destino, nunca antes. Isso ocorre porque, mesmo que a pessoa tenha feito o teste e dado negativo, e esteja sem sintomas, há um tempo de incubação do vírus”, finaliza o pneumologista, ressaltando que os cuidados são primordiais em qualquer época do ano.