Durante o seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (22), o presidente da China, Xi Jinping, defendeu a união internacional para combater a pandemia do novo coronavírus e criticou quem quer fazer uso político da Covid-19.

“A pandemia deve ser enfrentada juntos, unidos, seguindo a ciência. Cada tentativa de politizar ou estigmatizar a pandemia deve ser rejeitada”, disse o mandatário em uma clara referência ao seu homólogo norte-americano, Donald Trump.

Como aconteceu e acontecerá com todos os chefes de Estado e de governo, os discursos já foram gravados pelos líderes e enviados para transmissão no plenário. Isso porque, justamente, por causa do novo coronavírus, a Assembleia Geral será realizada de maneira virtual.

Pouco antes da fala de Xi Jinping, inclusive, Trump voltou a usar o termo “vírus chinês” e a dizer que Pequim precisa ser “responsabilizada” por “ser a nação que desencadeou essa praga no mundo”. Além disso, atacou o governo chinês também em questões econômicas, como vem fazendo durante esse ano, em que busca a sua reeleição.

Para o chefe de Estado chinês, seu governo “não tem nenhuma intenção de combater nem uma guerra fria nem uma guerra quente com nenhum outro país”, além de defender a globalização como forma de viver nessa nova sociedade mundial. O mandatário também ressaltou a importância da preservação ambiental.

Em defesa da ciência, Xi Jinping destacou todo o trabalho de pesquisa dos chineses na busca por uma vacina e por tratamentos contra a Covid-19 e destacou que as imunizações criadas por eles “serão fornecidas também para os países em desenvolvimento” com base no desenvolvimento da doença neles.

O mandatário ainda anunciou a doação de mais US$ 50 milhões para a ação CoVax, que é liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e que arrecada fundos para a distribuição de vacinas para países pobres e em desenvolvimento.

Segundo dados da OMS, das 38 vacinas que já estão na fase de testes clínicos em todo o mundo, 10 têm participações de empresas ou de entidades chinesas. Duas delas são apontadas como as mais avançadas no mundo – a Ad5-nCoV, da CanSino Biologics e da Academia de Ciências Militares, e a CoronaVac, da SinoVac Biotech. (ANSA).