O estado de Wyoming se tornou, na sexta-feira (17), o primeiro dos Estados Unidos a proibir o uso de pílulas abortivas, uma nova vitória na campanha de governos conservadores para reverter o acesso à interrupção da gravidez.

O governador estadual, o republicano Mark Gordon, pediu aos legisladores que incluam a proibição total do aborto na Constituição de Wyoming e a submetam a uma votação pública.

A decisão ocorre no momento em que muitos opositores ao procedimento clínico buscam proibir a pílula abortiva em todo o país, depois que a Suprema Corte anulou o direito à interrupção da gravidez à nível federal no ano passado.

No tribunal federal de Amarillo, estado do Texas (sul), um juiz também deve decidir em breve sobre uma eventual proibição nacional da mifepristona, aprovada há mais de uma década pela agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, a FDA.

O juiz do Texas, Matthew Kacsmaryk, pode ordenar que a mifepristona, que é comercializada legalmente há anos, seja retirada do mercado em todo o país.

Os legisladores do Texas também estão considerando uma proposta em que os provedores de Internet do estado bloqueiem o acesso a sites onde as pílulas são vendidas e entregues por correspondência.

Desde que a Suprema Corte dos EUA derrubou a decisão histórica de 1973 que estabelecia o aborto como um direito constitucional, ativistas têm buscado maneiras de impedir sua proibição a nível nacional.

Cerca de 15 estados americanos já restringem o acesso à mifepristona exigindo prescrição médica, de acordo com o Guttmacher Institute, um grupo de pesquisa em saúde reprodutiva.

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