Wlamir Marques, um dos maiores nomes da história do basquete brasileiro, se tornou integrante do Hall da Fama da Federação Internacional de Basquete (Fiba). Aos 85 anos, o ex-jogador, conhecido pelo apelido “Diabo Loiro”, recebeu orientações médicas para não ir à cerimônia em sua homenagem, realizada em Manila, nas Filipinas, uma das sedes da Copa do Mundo de Basquete, ao lado de Indonésia e Japão. O Mundial começa na sexta-feira.

Wlamir foi representado presencialmente por Carlos Fontenelle, secretário geral da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), e Fábio Deschamps, presidente da Federação Catarinense. Ter o icônico ala no Hall era um objetivo antigo da CBB, que começou a conversar com a Fiba sobre a possibilidade em 2019. A decisão de incluí-lo só veio em maio deste ano. Embora não tenha comparecido ao evento, o homenageado enviou um vídeo que foi exibido em um telão.

“Eu agradeço demais à CBB. É quase uma comemoração póstuma da FIBA. Estão fazendo 50 anos que parei de jogar”, brincou o Diabo Loire. “Mas fiquei muito emocionado. Me ligaram da Suíça na última semana. É uma emoção que me faltava. Tenho o Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil, fora as outras homenagens. E essa é muito importante. O tempo vai passando e vão esquecendo. Voltaram para trás, porque já estão premiando a partir de 2000. O presidente Guy Peixoto foi uma pessoa muito importante. O Marcelo Sousa. Antes mesmo de eles assumirem à gestão. O esforço que eles fizeram foi sobre-humano. Já consideravam que eu não tinha direito pelo tempo passado. O Brito Cunha já tinha sugerido, o Grego. Não levaram para frente”, completou.

Presidente da CBB, Guy Peixoto Jr também falou sobre a homenagem e exaltou o legado deixado pelo ídolo do basquete brasileiro. “Foi um gênio nas quadras, é um cara que merecia demais essa homenagem. E foi uma promessa de honra que fizemos para ele, dessa gestão, que nós não iríamos sossegar enquanto o Wlamir não fosse induzido ao Hall da Fama da FIBA. Desde 2019, reunimos todas as documentações, fizemos inúmeras solicitações para a FIBA e conseguimos desde vez que ele esteja na turma de 2023, que será homenageada em Manila, nas Filipinas, durante a Copa do Mundo. Wlamir é um mestre e estamos todos muito felizes com esse reconhecimento”, disse.

Nascido em São Vicente, litoral de São Paulo, Wlamir Marques foi bicampeão mundial e medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Roma-1960 e Tóquio-1964. Também foi tetracampeão sul-americano. Em clubes, viveu seus anos dourados com as camisas de XV de Piracicaba e Corinthians. Passou dez anos defendendo a equipe corintiana, de 1962 a 1972, e hoje dá nome ao Ginásio Poliesportivo do clube, onde os times de basquete e futsal alvinegros mandam seus jogos.