Witzel deixa UFF após exame de pós sob gritos de ‘assassino’ e ‘fascista’

Rio – A ida do governador Wilson Witzel (PSC) à Universidade Federal Fluminense (UFF), na tarde desta quinta-feira, para um exame de qualificação de pós-graduação foi marcada por um protesto de estudantes. Ao deixar o local, Witzel ouviu gritos dos universitários, que o chamaram de “assassino” e “fascista” (assista no vídeo mais baixo).
O ato foi marcado após a morte de seis jovens durante diversas operações da Polícia Militar em diferentes regiões do estado nos últimos dias. Um dos casos envolveu o jogador das categorias de base do América Dyogo Costa Xavier de Brito, de 16 anos, que foi alvejado durante uma ação na comunidade da Grota, em São Francisco, Niterói.
“O sangue dele está nas suas mãos”, um dos estudante gritou para o governador, sobre a morte de Dyogo. “Seu genocida”, outro xingava. O governador deixou o local cercado por PMs; assista!
MUDANÇA DE LOCAL
Witzel iria prestar o exame no Instituto de Ciências Humanas e Filosofia (ICHF) UFF. No entanto, o local foi alterado e a qualificação foi feita na Faculdade de Administração e Ciências Contábeis.
Os universitários reclamaram que policiais militares que acompanharam o governador prenderam um grupo de estudantes nas escadas de acesso ao andar onde estava Witzel, impedindo que eles se aproximassem do local.
“A polícia trancou os alunos na escada, impedindo os alunos de acompanhar a defesa do Witzel”, um aluno reclamou. “A gente não vai aceitar essa política de genocídio sendo normalizada pelo Estado do Rio de Janeiro”, avisou outra.
EMBATE COM PMS
Assim que o governador saiu da universidade, houve um embate entre os universitários e os PMs que o acompanhavam. Muitos gritavam “não acabou, tem que acabar. Eu quero o fim da Polícia Militar”.
Procurada pelo DIA, o governo do estado disse que “Wilson Witzel respeita qualquer manifestação, desde que ocorra dentro dos limites legais e da democracia” para os agentes.
Em nota, a PM afirmou que “tem o dever constitucional de garantir a segurança e a integridade física tanto do governador do estado como das demais autoridades constituídas democraticamente”. A secretaria disse também que a presença de policiais militares foi solicitada pela UFF.